Criar filhos não é brincadeira
Gilson Pontes
Como está difícil criar filho nesse mundo tão de ponta cabeça. Qual a forma melhor de se educar um filho? Essa pode se dizer uma questão muito batida, velha, mais velha que as considerações pedagógicas primeiras dos filósofos gregos.
Digo que surgiu quando a humanidade ainda era primitiva.
Chama-me a atenção o menino Brás Cubas – um personagem de Machado de Assis – de quem se faziam todas as vontades, bem poderia estar incluso entre os rebentos que tanto assustam os pais modernos, o que mostra que no transcorrer dos anos, pós Segunda Guerra, pós anos sessenta, setenta, oitenta, não é tão moderna assim.
Por outro ângulo, o jovem Graciliano (Ramos), parece, tinha apenas o direito de apanhar calado, denotando que a chamada educação rígida e tradicional existe em todas as épocas.
Pergunto, quando do homem adulto se deve à educação do menino e quanto se deve às tendências naturais do indivíduo?
Gostaria de saber... Quando é possível tentar-se como, pois moldar o comportamento daquele, o filho ou já está delineado nos genes? Não será capaz o homem de modificar sua maneira de ser enquanto amadurece? Ou seja, o menino será mesmo o pai do homem ou mesmo um irmão mais velho? Eis aí muitas perguntas, mas até tolha o desenvolvimento individual, nem por demais a liberdade que não inculque os limites do social. Penso que na teoria parece simples, mas na prática é outra. Como explicar para os pequenos como a vida é realmente? Como aplicar Piaget aos pequenos favelados? Como explicar pra eles a fome e a desesperança? Como explicar a tal violência, essa que vem de tudo quanto é lado? Acho que a vida não se resume ficar "plugado no computador", no "videogame", a ver coisas que só gera violência. Acho que é preciso construir uma forma de desenvolver e sempre constantemente a capacidade de pensar que toda criança tem. É claro, de pensar, analisar e questionar e compreender ou render-se ou como diria Vinícius de Moraes: Filhos... Filhos? Melhor não tê-los! Mas se não os temos como sabê-los? ...Porém que coisa/Que coisa louca/Que coisa linda/Que os filhos são! Digo: criar filhos não é brincadeira, ou não ter filhos, como fez o velho Brás Cubas, que não legou a ninguém a miséria de sua existência. Digo mais... Nunca faça, em presença de uma criança, adolescente, nada que não deseje que ela imite. O ambiente é, muitas vezes, uma influência mais poderosa na orientação da vida de uma pessoa e na determinação de seu desenvolvimento do que qualquer aconselhamento ou palavra.
A paciência e a compreensão têm grande importância no crescimento da criança. Não perca a calma com seu filho. Ele não pode fazer aquilo que ainda não aprendeu. E digo mais... A criança aprende aquilo que ela vê. Ela é um ente sociável, um membro da família humana e devemos ensiná-la a viver com os seus semelhantes. A criança possui sentimentos que são tão importantes quanto os seus. Ela é sensível tanto ao treinamento emocional quanto ao intelectual. Precisa de bondade e paciência. (Gên. 50.21; Rom. 12.10. Ef. 4.32)