Desejos de alcance imediato

A Dilma

Desejo primeiramente o lirismo sem privilégio.

Depois da saúde é importante saber que estamos abandonados. Que o sistema político é uma máquina de enriquecimento sobre o empobrecimento crescente da população. Que só em Paracatu o ouro nacional garantiria vida digna a todos brasileiros. Mas que apenas Paracatu e o Canadá vive de carros importados e outras maravilhas.

Desejo a sugestão crua de que temos o direito ao lucro sobre as riquezas nacionais que ninguém quer mencionar como direito e soa como utopia. Desejo que neste final de ano nossa curiosidade para dramatizar comece a oferecer toda a riqueza nacional a pobreza nacional.

Dir-se-ia que avançaríamos se o pré-sal redundasse em comida farta, moradia de qualidade, hospitais de primeira classe, medicina especializada, transporte barato para todos com educação humanística. Afinal qual é a desculpa? Quem viveu várias crises do petróleo sabe o quanto até quem não necessitava de petróleo aumentava imoralmente o lucro por causa dos preços elevados do barril no mercado internacional. Quem etá lidando com a impressão dúbia de que possuímos, mas não temos nada? Quem?

Desejo neste final de ano que esta caricatura grotesca de melhoria seja modificada. Que essa infantil modalidade de oferta consiste em apenas um do bando enriquecer, e os demais, comerem os ossos dos dedos para passar a fome. Que seja banida do cardápio financeiro nacional esta fórmula e substituída por um salário de Senador por ano para cada um junto com o décimo quinto, décimo sexto, décimo sétimo. Que o palhaço Tiririca aprove uma lei apenas: a “Lei do Direito de Todos” a uma porcentagem sobre as riquezas nacionais. Isto sim seria desenvolvimento sutentável. Pois desejamos a riqueza do subsolo para o solo pátrio, e não para dramatizar nossa incompetência na voz corrupta dos oradores.

Desejo que o povo brasileiro sinta o sabor do Brasil em contraste com esta desconformidade. Que o mercado interno nacional oferte em Bagé as frutas da Amazônia e que na Amazônia se possa consumir o churrasco gaúcho. Para o MERCOBRASIL do ouro, do petróleo, das mineradoras. Desejo que isto não soe como corrupção recortada dos elementos apassivadores das novelas, dos filmes, dos esportes, das jogatinas, dos aparelhos para coibir os costumes individuais enquanto a grandeza nacional é devastada em segundo plano.

Desejo que este governo tome as rédeas financeiras da nação para o povo, pelo povo daquilo que é do povo. Que os doutores em sobriedade estudem um método de melhoria sobre o obtuso entendimento da sofrida gente brasileira. Já que tudo o que se planta intelectualmente neste país é para consolidar a pessoa econômica dos vencedores de modo isolado e pleno. Vendilhões das ambições isoladas de poder isolado. De como a segmentação dos assuntos já não cabe na oratória exuberante da representatividade teatral antes tão desejada e hoje corroída. Que a falsa ascese apenas oculta a robalheira sobre o masoquismo velado da sofisticada cultura da dissimulação.

Desejo coçar a reflexão sobre o ridículo vazio que permanece sobre a perplexidade estúpida dos noticiários, além de outras elegâncias que cobrem o país esbulhado. Creio, portanto, no Brasil satisfeito com suas riquezas, sem baixo mundo. País rico em conformidade com o conforto legítimo de uma raça de exímios administradores. Com ajuda do computador para traduzir “quintilhões” em vida, pois deixou de ser cálculo utópico, ainda em consonância com a espoliação maquiada de sua utilidade medíocre, fartamente disponibilizada. É preciso trocar a miséria dos impostos como futuro pela amplitude das riquezas. Parar de trocar receita por conselhos.

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Procura-se emprego.

Tércio Ricardo Kneip
Enviado por Tércio Ricardo Kneip em 24/12/2010
Reeditado em 01/01/2011
Código do texto: T2689543
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