Escolas anônimas
Flexa Ribeiro acusa os pintores do século XIX de tentarem manter o impressionismo, embora com modificações, dando-lhe a personalidade de neo-impressionismo. É extremamente curioso, considerar a ciência da pintura! Considerava a pintura do final do século XIX pertencendo a uma Escola Anômala. Eu pensava que anômalas fossem as minhas pinturas e esculturas, com destaque especial àquelas em vidros riscados por diamantes. Em criança tinha um fascínio pelos diamantes usados para cortar o vidro; não seria melhor que em vez de ficarem cortando os vidros pegassem os diamantes e os vendessem, conseguindo fundos para viajar e pintar às margens do Sena?
Diz Flexa que as Escolas Anômalas são as que têm tendências que fogem ao tipo médio e se integram no tipo ideal (?). Albert Aurier citado pelo autor publicava doutrinação da essência da verdadeira obra de arte; ela deveria ser “idealista, simbolista, sintética, subjetiva e decorativa”. Será possível que um pintor, qualquer que fosse ele, poderia seguir esses padrões rígidos? Eu compreenderia a pintura sem classificações, considerando-a decorativa e estética; tanto mais decorativa quanto mais estética fosse; romântica, sensual, histórica, até mesmo jornalística; especialmente sensorial, emotiva ou simplesmente profissional. Já imaginaram o que seria a religião sem Miguel Ângelo seus afrescos e esculturas? sem Leonardo da Vinci e suas obras maravilhosas? Bonaparte seria tão heróico sem as pinturas de David? E Henrique VIII seria tão romântico (e sanguinário) sem as pinturas de não sei quem? Vou encerrar, pois, preciso revisitar o painel guerra e paz de Portinari, que vai ficar em exposição no Municipal atéo dia 30, e que tive a alegria de apreciá-lo, antes de ser instalado na sede da ONU. Desejo a todos um Feliz Natal e um Ano Novo de paz e muitos textos.