O mundo não pode parar

Hora do almoço. Eu estava morrendo de fome. O chato do meu chefe me segurou até o último instante.

Enquanto apressadamente eu subia a ladeira, o pessoal já estava voltando ao trabalho.

No caminho encontrei o Klebão ilustração. Ele, em um tom de galhofa, gritou:

- Bora maninho, temos que terminar o projeto!

Balançando a cabeça eu disse:

- Nem a pau! Estou indo almoçar.

Logo cheguei no restaurante por quilo. Todos estavam impacientes, esperando sua vez de pegar a comida. Revoltado, fui ver o que tinha acontecido. Quando cheguei no balcão da frente, tomei um susto…

O seu Arnaldo, dono do estabelecimento, estava sentado à mesa com a cara enfiada dentro da feijoada. As pessoas começaram a olhar meio torto, porém ninguém pronunciou nada a respeito. Todos continuaram sua rotina.

Na verdade, em pouco tempo, aquele local foi lotando… As pessoas foram sentando e rapidamente começaram a engolir suas refeições.

Como que despencando do alto de um canavial; acordei de um sonho e olhei para o relógio e lembrei que precisava voltar ao trabalho.

Foi então que peguei a comida e sentei do lado do Seu Arnaldo e apressadamente bati um “pratão” de feijoada.

Sem olhar, sai correndo, pois sabia que independente de tudo, a empresa precisava produzir, as pessoas consumir e o mundo não podia parar.