A VIDA EM OUTRAS VIDAS...
Ao cair da noite olhas o sol na linha do horizonte, meditas, contemplas o infinito...
No entanto, tanta beleza, tanta grandeza te extasia e te confunde.
O que representa para nós tudo isso? Para quê isso tudo?
Assim vem, ora a melancolia, ora a incerteza no amanhã...
Nas vidas sucessivas que se perdem na esteira dos milênios, passamos por várias transições no Universo e, quando nos vem essa nostalgia, essa incerteza, é que, por certo, nos achamos ainda ligados a outras vidas.
Daí muitas vezes termos saudades intuitivas daquelas existências em que nos comprazíamos em vícios ou paixões, ou então, lembranças das dores e dos sofrimentos passados naquelas vidas.
Indagarás a ti: que acontecerá no futuro? Que serei depois que terminar esta vida?
E se continuas com conjecturas desse teor, poderás talvez, sentir ainda mais incerteza ou desânimo.
Mas, se pensares que por detrás de tudo que extasia a visão manifesta-se uma Inteligência Suprema, que criou e dirige esse engenho Universal; e se pensares ainda: essa inteligência criou o que vês, perceberás que Ela é a Bondade Suprema.
Analisemos o magnetismo de atração dos mundos que, em suas caminhadas pelo cosmo se interdependem, uns não avançam sem levar outros em suas órbitas; a atração dos minerais, dos vegetais, e o que liga os seres humanos, provando que todos procedemos da mesma fonte criadora.
Porque existo? perguntarás: Se vives é porque fostes criado pela Inteligência Suprema que elaborou toda essa perfeição que vês.
Diz-nos a lógica, todo efeito inteligente deve ter, igualmente, uma causa inteligente.
Assim, pensamos que essa perfeição que nos rodeia, a nossa própria vida, são manifestações da Inteligência Suprema que é Deus.
Qual a explicação dos motivos da vida, do destino, da dor? Porque tantas divergências entre os humanos? Uns felizes, pelo menos aparentemente, outros sofredores, como se explica?
Jesus o Cristo de Deus, há mais de dois mil anos disse:"Não poderá ver o Reino de Deus quem não nascer de novo" O Divino Mestre já deixava claro que não temos somente uma vida na matéria física, que precisamos passar por muitas existências na Terra para podermos atingir o Reino de Deus, isto é, chegarmos à perfeição.
Só assim se explica o que vemos, o que sentimos.
Somos criados todos iguais, com as mesmas aptidões tanto para o bem, quanto para o mal.
Através das vidas sucessivas é que vamos desenvolver essas aptidões, adquirir virtudes e hábitos.
Se fôssemos criados todos sábio e perfeitos, qual o nosso mérito pessoal?
Deus nos dá o livre arbítrio para que possamos escolher o caminho que nos aprouver.
Desta maneira, uns descambam à prática do mal, às paixões inferiores, estacionando na marcha do progresso, até que por deliberação própria resolvam reencetá-la novamente.
Aqueles que aderem de início à prática do bem, dão-se melhor, pois chegam mais rapidamente ao objetivo fundamental.
Muitos objetarão: o mundo é mau! Não, o mundo não é mau; o mal não existe senão dentro de nós próprios. Nós é que o produzimos devido aos hábitos menos dignos adquiridos em vidas passadas.
Da mesma forma que o bem fica gravado em nós, o mal também nos acompanha, e o manifestamos produzindo tantos desacertos no mundo que ora nos serve de habitação. E, chamam-no de mau...
O mundo nunca mudará enquanto não mudarmos o nosso mundo interior.
Quando formos melhores sairemos da Terra indo para outros mundos mais evoluídos, e, quando atingirmos a perfeição, chegaremos até Deus.
Qual a pessoa de bom-senso que ousará contradizer semelhante lógica?
Se assim não fosse, Jesus não teria dito:"Na Casa de Meu Pai há muitas moradas".
Isso explica ainda que a Terra não é o único mundo no Universo com o privilégio de ser habitado, e que todos os mundos foram criados para um fim útil: servir de habitação, de meio de progresso para espíritos eternos, que somos todos, e não somente para deleitar-nos a visão à noite.
Pensando desta maneira veremos porque tudo o que nos extasia a visão existe...
E indagar-se-á: porque sofremos hoje? Virá a resposta: porque erramos ontem. Porque erramos? porque saímos fora do caminho que deveríamos trilhar, adquirimos débitos que deverão ser saldados hoje.
Se não for assim: porque sofremos? Daria o nosso Criador sofrimento a uns e a outros não?
E, se pensarmos neste panorama, ao olhar o crepúsculo, não mais teremos aflições, melancolias, incertezas, e sim muita fé no amanhã glorioso que nos espera.
Com isso tudo, aprenderemos a sentir Deus em nosso íntimo, e sentiremos que Ele é Amor, e que não há ponto final para o Amor, pois o Amor é vida, e a vida é a Eternidade...