Viciados digitais

O email é a maconha do mundo digital: vicia, mas não faz tão mal.

Mas como todo drogado sempre procura coisas mais fortes, foram inventadas as redes sociais. Dai, meu amigo, surgiu a cocaina digital: o Orkut.

Quem nunca passou horas e horas em frente a telinha azul bebe vasculhando a vida alheia, queimando neuronios e alimentando o vicio? ou parou de trabalhar por "5 minutinhos" só pra ver se não tinha um recado novo, ou se responderam o tópico da comunidade?

Eu sou viciada em email, cheguei a clicar insistentemente no botão de enviar e receber só para ver se alguém tinha me escrito no segundo seguinte ao meu último click. No meu tempo livre o máximo que já fiquei sem email - sem arrancar os cabelos - foram 36 horas. No trabalho basta um minuto sem internet para alterar meu humor pelo resto do dia.

Ainda não cheguei a twitar o crack. Não por falta de incentivo, mas por medo de ter uma recaida às drogas pesadas, mas dizem que é o fim do mundo, afinal quem em sã conciencia escolheria por publicar todos os seus pensamentos e acabar com sua própria privacidade?

A verdade é que a internet é como o alcool no sangue: sem ela você não conversaria com tantas pessoas, não iria em tantas festas, não exporia sua própria vida de uma maneira tão desenfreada, e chego a pensar, que para as gerações mais recentes, nem teriam iniciado - e manteriam - uma vida sexual.

Da mesma maneira que um adolescente precisa de umas duas doses para se sentir confortável em expor seu corpo nu para uma menina pela primeira vez, os viciados digitais precisam de pelo menos 10 emails, 3 scraps e 5 tweets para encarar um dia de trabalho.

Agora fico pensando, será que eles vão criar reabilitação para esse tipo de vicio também? Talvez. Mas uma coisa é certa, acho que já até consigo imaginar o endereço: www.ReabilitaçãoDigital.com.br.