Vamos Contar?
Para cada cinco pessoas que trabalham no censo demográfico, uma já ouviu esta expressão. Mas ela se encaixaria melhor em outro contexto. Talvez num dia de extrema correria, pilhas e pilhas de envelopes a enlouquecer o mais sã dos mortais, e de repente um engraçadinho qualquer resolve contar quantas vezes um colega de trabalho boceja, ou então quantas vezes o colega xinga toda vez que tem de atender o telefone. Ou ainda poderia se contar quantas vezes a pessoa mais mal humorada atende rispidamente o telefone... E por aí vai. Quantas vezes o aspone do grupo inventa uma desculpa esfarrapada, das mais cara-de-pau possível, quantas vezes se implorou para que o avarento do grupo contribuísse com míseros centavos para a pipocada da semana...
E se fosse se contar, os minutos de estresse, pressão, mais estresse e mais pressão? O que não se pode negar, é que daqui a alguns anos, contar-se-ão os momentos mais memoráveis, as pessoas que nos deixaram lembranças, as piadinhas fora de hora, os encontros e baladas de pós-expediente... E mais ainda, seria impossível contar quantas vezes se quis esganar o primeiro colega que se encontrasse pela frente, ou o mais esquentadinho dos recenseadores a clamar por seus direitos. Contudo, ainda mais impossível seria contar os momentos de alegria em meio à novos amigos e amigas, cuja amizade não se pode, nem deve, quantificar! Os contratempos passam; as memórias impagáveis permanecerão imortais.