QUAL A ORIGEM DO MAL?
QUAL A ORIGEM DO MAL?
Santo Agostinho em suas "Confissões" disserta sobre a memória, ela é uma janela da consciência, não há dúvidas.
Seria afirmativo em sua crença que a memória era o espírito, o mais importante compartimento da alma.
A partir da cultura grega já tinha destaque o lugar da memória.Em Hesíodo na sua "Teogônia", surge como filha de Urano e Géia (mnemósina ), escolhida por Zeus, mãe das nove Musas.
O destaque está em que sem memória não se pode conhecer nada, muito menos se conhecer e avaliar nossa jornada, nosso agora e nosso passado que culpa ou exculpa nossas condutas. Daí sua ligação com o desconhecido, o outro lado da vida quando ela se extingue. A memória está vinculada à alma, ao nosso interior.
Existe uma poesia órfica que enquadra as almas em seus destinos quando vão na mansão de Hades, "A Casa dos Mortos" :
”Encontrarás à esquerda da Mansão do Hades, uma fonte,
E a seu lado, um branco cipreste.
Não te aproximas deste manancial.
Mas encontrarás um outro junto à Fonte da Memória,
De onde fluem águas frescas e, diante das quais há guardiões.
Diz-lhes: “Sou um filho da terra e do céu estrelado;
Mas minha raça é do céu (somente). Vós próprio o sabeis.
E – ai de mim! – estou ressequido de sede, e pereço. Dai-me rapidamente A água fresca que flui da Fonte da Memória”.
E eles mesmos te darão de beber do manancial sagrado,
E desde então tu dominarás entre os outros heróis”.
Estamos diante da memória e de seu salvo-conduto! Assim, as almas não devedoras de atos maléficos bebem águas puras, devem beber da sagrada fonte da memória, ela mostra o que fomos na "Casa dos Mortos", o imaginário mitológico para o qual a literatura traça vários caminhos, o céu e o inferno. As almas impuras devem banhar-se no rio Lete afim de se esquecerem seus “pecados” e iniquidades e poderem reencarnar.
As almas puras manterão os seres que foram pela memória que as marcar e habitarão junto aos deuses, em companhia dos heróis.
Esta é a causa dos pecados da humanidade, o livre-arbítrio. A perversão da escolha, o sentido da vontade que faz o homem escolher a privação do ser. Este quadro só encontra redenção em Jesus Cristo, o mediador entre Deus e os homens. Estamos na data de seu nascimento que Constantino quis representar no dia do Deus Persa da Luz, Mitra, Deus-Sol.
Somente pela fé acredita-se em algo além de si e do mundo sensorial, em algo invisível. Precisa o homem, muito mais nos dias modernos, onde o alcance da mente se expande, ter a humildade de admitir seu “déficit moral” e que o caminho da verdade lhe é mostrado pelas boas obras e pela memória.
A purificação da alma para receber a revelação é feita de várias formas. O homem precisa se livrar das pretensões e das paixões pessoais, materializadas em estrato personalista e tornar-se isento, soberbo sim, em humildade.
Somente uma alma estável é capaz de perceber a "Idéia de Deus", mesmo colocada por um agnóstico como Kant ou Darwin, este, o evolucionista mais cristão colocado no centro do planeta Terra, qualificando Deus como o "Supremo Arquiteto".
Para esta elevação do espírito é necessário também o "autoconhecimento" além do conhecimento, e mais importante, se aceitar como Deus nos criou, com nossos dons e limites.
DEDICO ESTE ARTIGO AOS AMIGOS DA CONFRARIA NA CERTEZA DA EXCELÊNCIA DE SUAS MEMÓRIAS.