A AMNÉSIA DO LULA
Teresópolis fica a 871 metros de altitude.
Brasília tem 1.172m de altitude mínima.
É sabido que quanto maior a altitude, maior a rarefação do ar, conseqüentemente menor é a quantidade de oxigênio.
No estudo da fisiologia humana, constatamos a existência de uma quantidade mínima necessária de oxigênio, para a vida de cada ser humano, pois não existe um organismo padrão.
À diminuição da oxigenação no cérebro, dá-se o nome de hipóxia. Tal fenômeno provoca dentre outros males, a afetação da memória e principalmente o delírio, quando a pessoa entra num estado semelhante à de um “drogado”, tendo alucinações e dizendo coisas imaginárias, fruto do seu inconsciente.
Assim, profundamente preocupado com os “eventuais” lapsos de memória do nosso ilustre presidente Lula, e imbuído da vontade de esclarecer à Nação, os episódios “esporádicos” de ausência mental, assim como elucidar certas mégalo-afirmações, consegui identificar, após exaustivos estudos e entrevistas médicas, as causas prováveis que o colocam “injustamente” em situações maciçamente criticadas pelo povo que vive abaixo de 1.000 metros de altitude e até mesmo daqueles que sobrevivem abaixo da linha da pobreza. Isto, sem falar no sacrifício enorme de um chefe-de-estado, “obrigado” a se submeter ao insuficiente teor de oxigênio dentro do “seu” modesto avião a jato, onde ficou mais tempo em altitudes muito superiores, do que a do gabinete aonde deveria trabalhar durante o seu mandato. Por melhor que seja a tecnologia, descobri, também, que nenhuma aeronave possui uma pressurização perfeita, tanto é que os aeronautas geralmente têm seqüelas graves após muitos anos de vôo, como aneurismas de aorta, por exemplo.
Além da hipóxia, precisamos levar em conta a amnésia alcoólica que acomete o “nosso” presidente, após as comemorações da elaboração de cada plano em benefício do povo, o que certamente eleva ainda mais a altitude, podendo chegar a níveis como o da ISS – Estação Espacial Internacional, formando-se assim, um círculo vicioso. Comemorações justas e merecidas, afinal o desgaste pelo “social” é extremo.
É preciso que os críticos “inescrupulosos” compreendam que ninguém é de ferro, afinal, um homem que dedica todo o seu tempo disponível, diuturnamente, na criação de sucessivas estratégias de governo, sempre e unicamente para o benefício do nosso povo, é um verdadeiro mártir, comparável a Tiradentes, não merecendo ser injustamente crucificado como aconteceu com Jesus Cristo, nem traído por nenhum Judas de paletó e gravata, ainda mais sendo uma pessoa que pauta a conduta de sua vida nos ensinamentos de Gandhi.
Escândalos ? De forma alguma ! Malévolas interpretações deturpadas em relação a medidas exemplares de um governante que ama a “sua” pátria, relevando até a ignorância, a falta de estudo por absoluta preguiça (houve tempo de sobra) e a sede doentia de poder, de um povo ingrato, insensível e mentiroso, do qual faço parte.
Portanto, espero agora, a compreensão dos meus compatriotas, pelos equívocos injustamente atribuídos ao zelador-mór dos interesses sociais de um povo corrupto e ganancioso.
De minha parte, já iniciei a remissão dos meus pecados cometidos, até antes de ter resolvido buscar na ciência, uma justificativa plausível que explicasse a falta de memória do atual Exmo. Sr. Presidente da República, a quem tanto devo pela “boa vida” que me proporcionou, e o vislumbrar de um futuro esplêndido para os meus filhos e netos, no decurso do seu reinado, isto é, “governo” !
Por Alexandre Boechat.
Em 18 de Outubro de 2006.