Lágrimas...

Qual o valor das nossas escolhas? Por vezes, é um sacrificio muito grande, na esperança de honrar a palavra, a agonia invade todo o corpo. E nele vai corroendo todo o ser e a alma. Não tendo outra opção, a não ser a de se conformar e se alegrar com as escolhas feitas. Da ociosidade para a correria.

A dor é tamanha, mas é preciso sofrer calada. O problema é que as vezes a dor sufoca tanto que acaba extravasando em lágrimas. Lágrimas que jorram dos olhos e como uma enxurrada pelo rosto e não dá tempo de seca-las, o melhor a fazer é deixa-las sairem todas. Nem tempo pra elas há. O relógio não espera, logo tem que bater todos os cartões dos compromissos. Ao menos, essas lágrimas acabam lavando a alma, a dor vai um pouco embora, mas tão sorrateiramente ela reaparece. E nada a fazer, a nao ser, fazer o que tem que ser feito. Logo cedo, temos que fazer várias coisas ao mesmo tempo, temos que dar conta em sair da cama, ja levando e colocando roupas na máquina, sobe e toma um cafezinho. Arruma o quarto, chama o filho, dá café pra ele, ja vai colocando águas nas panelas para preparar o almoço que daqui a algumas horas tem que estar pronto. Leva o filho para o piano, enquanto isso chama a filha pra ir se preparando para os deveres.

Letras que tem que ser decifradas à pequenina semi alfabetizada, com muito sacrificio e ajuda, vai copiando a lição. Enquanto a deixo na mesa copiando, corro pra preparar a carne, tirar todos os nervos, para comer tranquila, e entre uma fatia e outra, respondendo às perguntas que nem deveriam existir, mas como precisei sair de sua companhia, pois bem, vamos responde-las. Olha para o relógio e logo tem que sair, já está na hora de buscar o filho no piano. E tempo é perdido em casa. Vinte minutos depois, chegamos e voltamos para a cozinha e lição. Quase acabando o tempo, a pequena vai para seu banho, mas antes, precisa de uniforme. Nao tem como largar a panela, entao ela tem que esperar, mas o tempo tambem corre pra ela....

Suco a fazer, salada pra lavar e arroz pra terminar. Vamos lá...corre tomar banho. Enquanto coloco a mesa, a hora bate. Hora de todos estarem sentados à mesa, mas infelizmente, é impossivel. Ainda tem muito a fazer.

Chegaram perguntando se estávamos brincando de esconde esconde, por não estarmos à mesa como sempre. Mas não....ainda tinha muito por fazer, arrumar cabelos, mochilas e servir a comida. Pois bem....todos ajudando e tudo se resolve. Eis que a correria vai sufocando e precionando o peito. Não há o que fazer, a nao ser, correr. A comida nao desce, a unica coisa que desce, são as lagrimas, aquelas...as quais tem que deixar rolar...ao entrar no carro, logo se percebe que o uniforme não foi pego, e lá vamos nós, passar para vestirem, até que consigo chegar a tempo na escola para mais um dia de aula, honrando os meus compromissos. E quando o tempo se acalma, o corpo se entrega e tenta tragar forças pra mais uma jornada logo mais.

Elô Bocaiuva Santos
Enviado por Elô Bocaiuva Santos em 15/12/2010
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