PAPAI NOEL É DE VERDADE, sim sim!
Minha filha chegou chorando em casa e eu corri pra saber o que havia acontecido. Ela estava com raiva e revoltada. Estava em prantos e me acusava de ter mentido pra ela. Haviam dito, na escola, que Papai Noel não existia. Me olhou bem nos olhos e perguntou:
“- Mamãe, Papai Noel existe? Fala a verdade!” - Respondi que sim.
"- Mas meus amigos dizem que são os pais que compram os presentes. Papai Noel não existe!!" E eu insistia que existia, sim sim!
"- Você está mentindo, mamãe!!" e continuava a chorar, expressando a decepção por ver acabar um sonho... Por terem tirado o Papai Noel da vida dela. Mas até hoje ela acredita em Papai Noel... Aliás, o Natal é a festa que mais gosta, vibra e faz questão, além do aniversário dela. Ela já se prepara para ele em meados de outubro. Adora os enfeites, as árvores, os cartões, todo o movimento que fazem e que ela faz nesta época. Passa horas sentada no chão do quarto, rodeada de fitas e canetas coloridas, adesivos, tesoura e cola preparando, ela mesma, os cartões. Minha filha cresceu, tem 23 anos e ama o Natal!!!! :))))
Coloquei-a sentada em minhas pernas e expliquei que tudo que existe em nosso coração é de verdade. Que Papai Noel, Coelhinho da Páscoa, Fadinha do Dente, Deus e tudo de bom eram o Amor e que isto não é de mentira. Que tudo que acreditamos é verdade e o que não, é mentira. E que isto eram escolhas que ela tinha que fazer. Se os amigos dela haviam escolhido “matar” Papai Noel, eu havia escolhido mantê-lo sempre vivo. Que a vida podia ser só matemática, mas que o que a tornava gostosa, prazerosa, divertida e encantada era o que a matemática não explicaria nunca... Que a casa e a cidade enfeitada, os presentes, a vontade de estarmos com nossa família, estarmos reunidos, a mesa posta, os abraços, os sorrisos, a trégua das guerras, eram o espírito de Natal agindo em nós... Que estes sentimentos de amor e carinho só vinham do coração e que era lá que morava Papai Noel, junto com todos os seus Amigos-do-Bem. (ou não, se ela preferisse acreditar que o Natal era só ganhar presente-de-loja). Perguntei se o Papai Noel dela morava na cabecinha ou no coração. Respondeu que no coração e, então, eu aconselhei-a a deixá-lo continuar vivo lá dentro. :)
Naqueles dias, fomos comprar presentes para as pessoas queridas e ela foi junto. Deixava que ela escolhesse e opinasse. Perguntava se aquilo se parecia com tal pessoa. e se ela achava que a pessoa iria gostar daquilo... A cada negativa, íamos atrás de outra coisa. Até que sim, aquilo faria a pessoa muito feliz!!!
Voltávamos pra casa felizes e eu perguntava onde nós iríamos esconde-los, pra que as pessoas não vissem, e não acabasse a nossa surpresinha pra elas.
Volta e meia, durante o dia, eu olhava pra ela com uma cara sapeca e piscava o olho. Colocava o dedo sobre a boca e fazia o gesto de silêncio, pra que ela não contasse nada. Ela dava um sorriso e acenava com cumplicidade.
Ao anoitecer, na noite de Natal, chamei-a escondido e fomos no nosso “esconderijo” pegar os presentes... Ela voltou na frente “vigiando” se havia alguém... Ia pé-ante-pé, com uma carinha travessa, olhava e me chamava com a mão, informando que o terreno estava livre... hehehe. Se alguém aparecia, ela acenava a mão - agitada e desesperadamente – me mandando voltar e me esconder! Até que conseguimos... ufa!!!! Colocamos os pacotes na árvore e corremos dali pra que ninguém nos flagrasse. E, assim, foram aparecendo mais, porque meus irmãos e minha mãe faziam o mesmo.
Na “hora-do-Natal”, entramos todos na sala!!! A árvore estava acesa, piscando, tocando musiquinha. Em algazarra e surpresos, perguntávamos como haviam aparecido aqueles presentes...
Quem os havia colocado ali ???
... E ela respondia que era Papai Noel. e, com a segurança de quem dissipa dúvidas, ela avisava que ele era
“de verdade!!!!!!!!!!” ;)