Ansiedade (BVIW)
Modernamente vivemos em constante ansiedade.
A jovem gestante anseia pelo dia da chegada do filho. Seus preparativos, sua impaciência, a expectativa da educação que lhe transmitirá.
As crianças pequenas vivem em função do dia de seu aniversário e o dia em que chegará Papai Noel.
Pessoas já vividas olham pela janela, pensando no dia em que seu neto virá visitá-la. Ansiosas enquanto esse dia não chega.
A mais curiosa ansiedade é a do formando à espera de seu dia de formatura. Faz mil promessas de festas e foguetórios e quando o dia chega nada acontece: apenas a entrega do canudo.
Penso que essa atitude é o resumo de todas as outras ansiedades pela espera de um acontecimento. Mais importante é a vivência da espera e seu planejamento do que o fato em si. Objetivo alcançado significa livro fechado e nada mais há que se modificar. Não sei por que o ser humano se queixa tanto de viver ansioso, com datas definidas de volta à rotina. Cinqüenta por cento é ilusão.
Pensemos, pois, que enquanto esse dia não chega, para qualquer ocasião, é perfeitamente normal ao ser humano.