IMAGINE (que não é do John Lennon)

Imagine um mundo onde não existissem sentimentos e tudo fosse apenas racional... Pense, como seria esse mundo? Certinho, regrado, frio. Conclusão: uma verdadeira chatice! É certo que teria um lado bom. Ninguém agiria impensadamente, não haveriam discussões no trânsito, ninguém teria o cartão de crédito estourado, os relacionamentos seguiriam padrões pré-estabelecidos, o "cabo de vassoura" poderia ser aposentado, pois a mulher não estaria nem aí para as escapadelas do marido... pelo contrário, planejaria friamente o troco! Professor não levaria porrada de aluno, o povo não elegeria gente desonesta, nem tipos caricatos, as prisões seriam todas de segurança máxima, os cães que incomodam os vizinhos à noite seriam amordaçados, o Silvio Santos não jogaria dinheiro para o auditório, o Príncipe Charles não teria traído a Diana, o John Lennon e o John Kennedy estariam vivos, o John Travolta não se estusiasmaria com "os embalos de sábado à noite" e o João Ninguém seria alguém.

Agora imagine um mundo somente emocional... Pense, como seria esse mundo? Reações inusitadas, atitudes desenfreadas. Conclusão: um caos total! Mas também teria seu lado bom. A paz e o amor, decantada pelos hippies, imperaria soberana, todas as crianças dos orfanatos seriam adotadas, os banqueiros emprestariam dinheiro a juro zero, os deputados trabalhariam por amor a Pátria amada, o salário mínimo seria substituído por um salário máximo, os motociclistas não correriam mais como se fossem "tirar o pai da forca", as torcidas rivais se beijaram nos campos de futebol, a Bela Adormecida não seria envenenada pela Bruxa Má, a semana de trabalho teria três dias, a Mônica não daria coelhadas no Cebolinha, o Brasil seria campeão de todas as Copas e o Internacional de todas as Libertadores (e a Lu Genovez estaria sempre feliz!).

Não. Não daria certo! Tem que haver dualidade em tudo neste mundo. É a maneira da balança ter equilíbrio. Por isso somos dotados de razão e emoção. Que, seguidamente, vivem às turras. A razão indica um caminho e a emoção vai por outro. A razão manda parar e a emoção segue em frente. Mas não importa: se a emoção nos dá um tombo, a razão nos ajuda a levantar.

A emoção nos faz agir por impulso, pensando na alegria do momento, nos faz sorrir, sofrer, aflora sem racionalidade. A razão nos impele a pensar no amanhã, nas conseqüências de um ato, nos coloca "freio". Quando as duas entram em conflito, a briga é feia! E a gente no meio, tentando separar as duas. Porque a vida é feita de escolhas e, as vezes é necessário abrir mão de uma delas. Ser só razão nos faz perder boas coisas da vida. Ser só emoção pode nos fazer sofrer. Está estabelecido o conflito: razão x emoção!

Em 2004, a revista norte-americana "Science" revelou que pesquisadores de quatro universidades, entre elas Harvard, descobriram que duas áreas do cérebro disputam, permanentemente, o controle do comportamento de uma pessoa, avaliando suas decisões entre o centro de emoção, que procura a satisfação imediata, e a zona da razão, que privilegia os objetivos a longo prazo.

Agora eu pergunto: foi a razão ou a emoção que matou Saulo Gouveia?

Giustina
Enviado por Giustina em 15/12/2010
Reeditado em 24/02/2014
Código do texto: T2672440
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