" Rap" do Corpo

(Breve estorinha para uma certa musiquinha (?); o meu "rap"...)

Durante o estudo do livro "Mulheres que Correm com os Lobos - O Arquétipo da Mulher Selvagem", autoria da psicóloga Clarissa Pinkola Estés, chegamos ao capítulo sete: "O Corpo Jubiloso: a carne selvagem". De certa forma, dentre algumas considerações, julgamos que diante das inúmeras alterações que o nosso corpo sofre ao longo da vida, e perante uma sociedade que imprime a beleza escultural como item primordial na mulher, torna-se uma tarefa quase impossível, aceitar – ou não – os aspectos físicos, do corpo que abriga nossa vaidade.

Apontamos, digamos assim, diversos "defeitos" que carregamos conosco desde a adolescência, ou que surgem à medida que envelhecemos motivando, de tal forma, o desagrado da nossa performance física.

Saí da reunião mais leve. Percebi que não estou sozinha nas "queixas" e deixei para trás alguns 'maus' conceitos sobre a minha figura estética um tanto modificada, principalmente após o início da caminhada rumo à "descida da serra". Enfim, passei a aceitar com carinho, os incômodos que a idade avançada tem me reservado.

Por dias seguidos, lembrava-me da reunião e do 'festival de defeitos' relatados e não conseguia conter o riso. Daí, a inspiração me agraciou com versos, gerando, apesar de inaudíveis, uma sonoridade divertida que me lembrava do "Rap". Escreve daqui, apaga dali, trocam-se rimas, e os versos foram tomando um jeitinho engraçado.

Como resultado, surgiu o que se segue. O 'fundo melódico', ou, o 'batidão' do "Rap", fica a cargo de cada leitor. Vamos lá!

Este "Rap" é brincadeira, só tremenda gozação;

Simples e pura maneira, de lidar com a rejeição.

Surgiu a inspiração

Ressaltando o desgosto

De defeito ora suposto

E difícil aceitação

Nosso corpo é imperfeito?

Terá mesmo algum defeito?

Preste muita atenção, nos detalhes da escultura

Quanta insatisfação, pra quem quer a formosura!

Se o cabelo é anelado

Longo, liso ou bem cortado

Os olhos esbugalhados

E o nariz bem achatado...

Se o pescoço tá enrugado

Peitos murchos, seios fartos

Se o traseiro é avantajado

E o joelho enferrujado...

Seja alto, gordo ou magro

Alva tez ou amorenado

Sendo ou não bem modelado...

O corpo será amado!

Um corpo exuberante

Pleno, vivo; caminhante

Consigo leva os traços

As marcas de cada passo...

Um corpo envaidecido

Ganha o toque carinhoso

É o afago agradecido...

E merecido!

É o "CORPO JUBILOSO"

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