CONTATO DE ÉTER

Um novo jeito de viver. Liberdade Intocada. Mas não como uma bandeira. Coisa posta à prática mesmo. Cantada em verso e prosa,em todas as rodas, em todos os lugares, surge a “Nova Mulher”: - glamourosa, inteligente, educada, culta, trabalhadora, feliz, de bem com a vida, sexualmente ativa e bem resolvida. Em consequência, houve uma reestruturação nas relações humanas, em vários grupos e trouxe à tona outros tantos. Abordo aqui aquele que denomino “Contato de Éter”. O Contato de Éter surgiu da necessidade dessa N/M interagir com o “mundo que ficou para trás”, mas – vivo e que cobra responsabilidades, obrigações, deveres, e, ao cabo, o direito é luta diária e nunca, de todo, reconhecido – com o mundo novo que se, outrora vislumbrava, agora nele pisa forte e firme e tem que adequar-se, adequá-lo e subsistir.O avanço feminino mais uma vez trás à calva a questão da sexualidade. Ora, nem podia ser diferente. Mas como esta N/M vai viver e extravasar sua sexualidade, de um lado tão fremente e de outro freada pela mesma sociedade que aplaude?E a luta interna? Os desejos? Afinal, se livre, que o grito seja alto!!!Mas e a família, os filhos, o pai, o irmão, o amigo, o padre, Deus...Como conjugar esses fatores todos dentro de quem só quer ser livre? Embora a priori , contraio senso, note-se que a manutenção da relação familiar é fundamental para essa N/M. Ali estão os alicerces e os suportes para o convívio social. São aquilo que chamamos de “moral”, “usos e costumes”, etc... Os amigos são outra extensão desejável e muito necessária e, pela pureza que a essência da palavra lembra, fica “a salvo” a partir da nomenclatura “Contato de Éter”. “Contato” não deixa que “Amigo” sofra mácula. Amigos lembram – coisa para se guardar do lado esquerdo do peito – um sentimento puro demasiado para ser equiparado àquele “contato eventual”, desvincula-se o amigo, a consciência ( aquela voz interior, lembram? ) cala, consente, aceita. Mas o sexo fala mais alto e abre caminho. A N/M, cria em suas relações um meio de ter plena satisfação sexual, como também é plena sua realização nas suas outras áreas de ação. Passa a relacionar-se eventualmente. Varia parceiros. Não cria vínculos. Descobre que essa é a chave: Sem vínculos, sem “pegar no pé”, “criar embaraços...” Foge dos grupos aceitos socialmente; do trabalho, do clube, dos colegas de academia, dos amigos do “findi”, dos colegas de cursos...

Esse grupo, pequeno, tem uma configuração específica: - cada um é “dono” de seu grupo. Para cada agenda há geralmente dois “contatos”.Esses “contatos” são pessoas desejáveis e disponíveis para tudo que ficou previamente acordado entre as partes já no primeiro encontro. Esses número de contatos ( 5 ou 6 ), a fim de que se preserve a liberdade, deve flutuar de acordo com a freqüência de encontros a fim de não gerar vínculos. Contudo esse é um grupo que tangencia e vive assim porque não é aceito pela sociedade de um modo em geral. Nem pelos grupos já citados anteriormente. Mas, esse, é tão ou mais importante que os outros. Nesse grupo e, com essas características, a N/M, encontrou a liberdade para extravasar e viver com total intensidade sua sexualidade. Seu lado feminino, de amor, de carinho, de cama. Coisas que só transitam em corpos de homens e de mulheres libertos, sem pudores, sem censuras mas num choque de igualdade de carícias intimas. Mas isso não é tanto. É tudo. Só isso. Não se busque amor, colo, olho nos olhos, mãos dadas, abraços, risos cristalinos...Esta é a ciência do volátil, da volubilidade, do passageiro. Volúvel... mas extremamente necessário.Como já foi dito antes ;- “Um descompromisso seguro”. Contato de Éter. Ei-lo.

Dirceu Kommers
Enviado por Dirceu Kommers em 14/12/2010
Código do texto: T2671140