Adeus Ano Velho

É bem comum acharmos que o Ano se foi rápido demais e que estamos envelhecendo sem sentir. Corremos tanto que nos esquecemos de viver com dignidade e sem ter que ir atrás de nossas dignas sobrevivências. Os dias parecem mais com missões cumpridas diante de uma obrigação mais forte do que a própria sobrevivência em si.

Esquecemo-nos que é justamente dentro dos tesouros que estão as coisas antigas e dentre estas, as mais valiosas. Os anos nos ensinam sobre o amadurecimento e nos permite driblar as pedras do caminho, encurtar estradas, viver com mais destreza.

2010 está indo embora. Para tantos ele deixou tantos problemas, mas para outros tantos, tantas soluções. É mais um ano que deixarão para trás os que puderem ultrapassá-lo. Viver é um exercício de prazer quando nós não culpamos algo deixado de ser feito, apenas reclamando da possível pressa com que passou o Ano Velho. Viver é exercer nossas prioridades e acumular valores. Um ancião traz consigo muitos valores agregados e por isso acumula sabedoria e o seu exemplo é mais confiável. Não é por menos que os chineses guardam seus velhos com tanto carinho, tendo-os como relíquias.

Pois bem, acho que se não é mais possível ao ser humano voltar ao Tribalismo, dado a todo esse progresso que conquistou, resta-nos redesenhar um mundo novo, cheio de paz e de amor, onde não tenhamos como crédito de civilidade, os números e as débeis esperanças de fim de ano, ao sabor das folias e dos carnavais. É saudável que tenhamos antes da chuva algumas boas sementes, a tterra arada e a vontade sadia para o plantio. Viver é também uma grande Messe.

O comércio lucra, a sociedade se endivida, os dias passam e sempre retorna a época dos festejos de fim de ano. O homem deve estar preparado para mudanças alvíssaras. Apenas colhemos o que plantamos. Se continuarmos endeusando as folias, o que será do nosso futuro? As festas são salutares desde que não se sobreponham aos valores do próprio homem enquanto essência.

Entre os fogos e os espumantes, valerá a pena alimentarmos nossas mais legítimas reflexões e dizermos de dentro para mais dentro ainda de nós: o que poderei melhorar em 2011? A resposta virá em forma de trabalho e amor ao próximo. Só assim poderemos ser maiores do que ontem e melhores do que somos hoje.