Querido Noel...

Caro Noel...

Diante de tantas incertezas, resolvi apelar. Como já dizia um amigo meu: Acredito em Deus, mas conheço um Pai de Santo da hora!!!

Não que eu acredite que Deus não me ajude, não é isso. Mas que mal faria se te pedisse algumas coisinhas básicas???

A situação no “Brasilzão” de Deus anda preta. Aliás, para ficar preta, tem que melhorar muito. É guerra no Rio, enchente aqui, corrupção ali. Já estou começando a acreditar que até o sertão vai virar mar.

Nas frentes laborais, a maior parte das chefias são de competência duvidosa e que pouco ou quase nada aproveitam dos talentos que tem nas mãos. Conheço várias e várias pessoas que ocupam cargos aquém de suas qualificações e vice-versa. O mundo anda ao avesso mesmo. Se ele continuar assim, pode parar que eu quero descer!

É analfabeto andando de caminhonete zero quilômetro e se “banhando” em piscina privativa. Já cansei de ver isso. Estudantes que dão qualquer coisa por um diploma seja de que nível for. O que aprendem por lá pouco importa, tanto para a instituição que os ensina quanto para eles mesmos. Fico extremamente chateado por saber que sou impotente na formação dos futuros desempregados do nosso país. Um ou outro se salva.

Às vezes me pego pensando que seria muito melhor termos tsunamis, terremotos e furacões por aqui do que toda essa massacrante ignorância. Ignorância esta que faz com que essa estagnação cultural perdure por longas e longas gerações alimentando as diferenças sociais.

E a cada dia que passa, mais e mais percebo que no Brasil, a ignorância é uma benção. Não se exige muito da vida e com o pouco que se tem se vive feliz. Não que o dinheiro não traga felicidade (ou manda buscar, conforme minha tia, rs) mas é engraçado como as pessoas são conformadas demais.

Não derrubem a floresta!!!

Vivam do extrativismo!!!

Desenvolvimento Sustentável... blá, blá, blá...

O engraçado é que quem fala isso mora numa cobertura com ar condicionado numa cidade grande qualquer, com todos os confortos que o conhecimento humano já desenvolveu. E o outro que viva na miséria vendendo a tonelada de Castanha-do-Brasil (antiga Castanha-do-Pará) à R$1,00 a tonelada para o exterior.

Estudar para desenvolver sem destruir ninguém quer.

Sabe Noel, acho que só me resta te pedir paz e um pouco mais de cultura para todos nós. Meu carro zero eu te peço ano que vem. Obrigado!