ESCREVER É DIFERENTE DE DESCREVER.SÓCRATES.

AINDA SOBRE SER FÁCIL ESCREVER.CONTINUAÇÃO.

EMAIL TROCADO COM AMIGO QUE ACHARIA FÁCIL ESCREVER.

"Todos nós temos nossas verdades, e por mais que vivamos, somente sendo insanos totais, podemos recusá-las, tais como se vivemos o mal ou em determinados momentos o praticamos, por ação ou omissão com quem amamos ou pensamos amar ou devíamos amar , etc. O tal de tribunal da consciência, para quem a tem, mostrando o que é o outro lado, o mais negro da vida humana, a parte "tenebrosa" da vida, como vc disse.

Vc consegue sim, isso é fácil de descrever, identificar o "lado humano tenebroso", descrever não é escrever, são coisas diversas, "a contrario sensu" entender é disfunção de apreensão e não me cabe esclarecer por impossível. Quem muda comportamentos escreve, como os grandes pensadores escreveram, Rousseau, Gandhi, etc. Nós descrevemos sentimentos e fatos existenciais, somente.

E é fácil sim descrever o que é tenebroso, bastante fácil, convive conosco no dia a dia social, seria fácil para você, assim acho e penso, não haveria dificuldade.

A matéria que mandei de gozação à Confraria teve respostas interessantes, a sua inclusive, e mereceram atenção, como estou colocando para vc, com cópia para sua parceira. São respostas muito diferentes, só comparando.

É tudo interlocução que faz crescer. Na nossa, esta a razão da cópia para sua mulher, creio que pela "prática de anos", na forma de sua dicção, surja dessas interlocuções, espero sempre, alguma luz para todos, quem sabe?

Nunca é tarde para os "buscadores", ainda que "imbatíveis" como são qualificados alguns nesse mundo, mas estou sempre passível de aprendizado, e aposto na "maiêutica" socrática que exerço com frequência, nos contraditórios diálogos construtivos que batem em minha porta em visitas auspiciosas . O parto espiritual se dá muitas vezes e pulamos do estágio vestibular do entendimento para a riqueza da compreensão, último estamento, ainda que em seus passos iniciais.

Sou submisso ao óbvio que chamo de "estudo", por saber que nada sei, e pratico no exercício de pensar a busca de melhorar sempre, me aculturando com a seriedade por você referida durante todo o tempo que não estou dedicado a outras obrigações, isto datam mais de quarenta anos, e não o faço por prazer, mas por necessidade pessoal. Como meu pai o livro e eu somos uma coisa só. Por isso distingo muito bem, e aí sou afirmativo-propositivo, o que é o bem e o mal, e quem se inclina para um ou outro lado, mesmo sutilmente manifestado, e assim o que é ou não "tenebroso".

Isto inclusive fez parte de minha vida como julgador a que fui convocado. E no próprio ato de fazer justiça, que para Santo Agostinho é dar a cada um o que lhe é devido, se apresenta a lei do homem também de forma maniqueista, pois nela, na lei, figura o injusto legal e o justo ilegal, sempre fiquei com a última opção, mas é preciso enfrentar e dar com propriedade o caminho correto onde a falha humana dissemina o injusto pela via legal.

As vezes o que é mal para uns é bem para outros, é o tal "dualismo" de que vc fala, o Deus Maniqueu primevo, e que o "sufismo", vertente islâmica, crê poder existir e agir ao mesmo tempo em uma pessoa, o que recuso, por serem excludentes, ou se é bom ou péssimo caráter, ou se é bondade ou maldade pura.

As vezes o mal nem é percebido pelo maldoso fronteiriço, e aí aceita-se, pois configura o que seria hígido aparentemente. Variantes da vida e das gentes são difusas em sanidade, mas como disse, a vida é para ser vivida e descrever sobre o que é tenebroso, é sim, fácil. Para você não haverá dificuldade.

Essas condutas existem por vezes não muito distantes de nós. Você consegue sim, o que quiser, é só ter vontade, mas entendo que escrever, como apontei, é revolucionar parâmetros, e será sempre difícil, sabendo ou não a lingua, mas esta parte os revisores ajustam.

Descreva o que é tenebroso na vida, quem sabe vc conhece bem isso, e será valioso, todos precisam conhecer as trevas para fazerem opção pela luz. Estamos esperando. Abr. Celso

Celso Panza
Enviado por Celso Panza em 11/12/2010
Reeditado em 10/06/2021
Código do texto: T2665559
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