Campanhas eleitorais 

     Nas campanhas eleitorais vemos e ouvimos de tudo, ou melhor, se acontece de tudo. Na televisão se parecem bonzinhos, os ataques entre os candidatos são comedidos para evitar criar impacto negativo ao eleitorado, porem, nos bastidores a coisa pega fogo, são as mais diversas estratégias para minar os adversários. São manobras de todos os meios, é uma equipe que vive na surdina procurando e inventando fatos. 

     A cada dia surgem denuncias, contra este ou aquele candidato com um único objetivo, tirar votos. Não importa que o que se diz é falso ou verdadeiro, se depois vai se desculpar na mídia ou não, o importante é jogar no ventilador e ver o efeito. Sabe-se que a justiça é lenta e que depois de conseguir se eleger derrubar é difícil mesmo. 

     Mas outro fato curioso são os comícios ou o que os candidatos propõem acreditando que o eleitor engole com certa facilidade. Independente o candidato, sempre nos palanques eleitorais falam de saúde, segurança, desenvolvimento, etc., etc. Porem, o interessante é que quando estão no poder esquecem de tudo, mas teimam em repetir nas campanhas subseqüentes. 

     Vejamos alguns exemplos: Lula em seus discursos diz que é um governo ético, que não existe ninguém melhor que ele para falar deste tema, no entanto, os maiores escândalos sobre ética ocorreu em seu governo. Se tomarmos como exemplo a ética com que ele insiste apregoar, é um péssimo exemplo para as crianças e adolescentes Este tipo de discurso é medíocre e não atinge ninguém, fica até mal ele falar sobre isto, porque cria mais repugnância nos eleitores – seu eleitorado nem dá ouvidos quando ele fala de ética. Outra situação: Lula fala que vai abaixar os juros e a carga tributaria; é outra fala que não faz sentido. Em seu governo os juros foram altos – inclusive este tema foi fato de discórdia dentro do próprio governo – em seu governo aumentou a carga tributaria. Enfim, são palavras apenas eleitoreiras que não tem consistência alguma. 

     Lula também se gaba de ter aumentado consideravelmente o emprego, quem não se lembra que ele prometeu dez milhões de emprego. Quem não se lembra que ele disse que dobraria o salário? Porém como iniciei dizendo, em campanha se vale tudo. 

     Citei alguns exemplos de Lula e não de Alckmin porque sou mineiro e não sei quais foram as promessas de Alckmin quando pleiteava o governo em seu estado, desta forma, não posso ser incoerente nas avaliações, apenas poderia tecer comentários caso ele fosse presidente e retornasse pedindo voto. Quem pode tecer comentários sobre suas mentiras de palanque são os paulistas. 

     Finalizando, penso que uma imensa maioria do eleitorado infelizmente, não se interessa por política, é indiferente a este tema, preferem viver seu cotidiano e decidem seu voto no dia por obrigação. Então, os que fazem barulho são aqueles que estão inseridos no processo e já tem suas preferência, sendo assim, não estão nem aí com os programas ou com que seus candidatos falam. Estão mais preocupados com o que seus adversários fazem para tentar convencer os eleitores. Em suma, vivem a campanha dos adversários, para a partir daí fazerem a sua. Quanto mais um mentir, mais o outro menti. 

     Assim é a disputa eleitoral, no palco um cenário amigável, ponderado um perfume agradável, nos bastidores um fedo de enxofre. Como já diz o ditado: por fora uma bela viola, por dentro um pão bolorento.
Ataíde Lemos
Enviado por Ataíde Lemos em 17/10/2006
Reeditado em 17/10/2006
Código do texto: T266429