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          Não se apresentam maus os seus textos; apenas poéticos demais, melífluos além da conta.  Falta neles algo, eu diria; mas, na verdade, sobra algo.  Talvez palavras.  Deveria a poetisa 
amadurecer a matéria lírica em seu coração e sua mente, antes de enunciá-la de um jato, como o faz.

          Assim, seus poemas não convencem como arte, como voo lírico na plenitude do nosso azul.  São rústicos, mal acabados, quase sem ritmo, altamente mecânicos, formalmente mal construídos --- um semifracasso.
            Há alguns versos fenecidos, apagados em meio à multidão dos vivos e cintilantes.  Versos que se alicerçam em tijolos que mal foram ao forno, e pré-cozidos estão; em poucos anos tua mansão de palavras desmoronará, ruirá, sucumbirá: não suportará, a pobrezinha, as vozes e olhares dos tempos vindouros, moldada que foi numa simples, única e inicial escritura.
          Ademais, algumas palavras apoéticas residem clandestinamente no edifício sério de certas estrofes.      
          E a indissociável clareza da mensagem, que nos conduziria ao êxtase lírico, some.
         Textos prejudicados, portanto, pela ambiguidade, a obscuridade e a incoerência  léxica.  Possuem "respostas" demais e perfeição de menos.
        Onde a grandeza artística?  - Permanece ainda matéria-prima, promessa, botão.  Faltaram asas ao voo. 
        
Adeus.
Jô do Recanto das Letras
Enviado por Jô do Recanto das Letras em 10/12/2010
Reeditado em 24/01/2011
Código do texto: T2663430
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