Sou tudo ao meio

Há pouco submergi dos céus. Vim a passos lentos, meio sobrevoando, meio vivendo, meio sentindo. Sou tudo ao meio, um pouco nada, meu outro pouco é tudo. Por certo cheguei. Nem sei quanto tempo levei.

Venho pra redigir, clonar, copiar, tergiversar, compartilhar. Venho mais para citar. Cito aqui, que a pouco li, e não contive a mim, tive que contar.

Estava lá, no Ovo Apunhalado, de Caio Fernando Abreu. Quem assina é Caco Barcelos, de Um louco anônimo, na reportagem “Crime e Loucura”. Por favor, sorvam:

“Estive doente

doente dos olhos, doente da boca, dos nervos até.

Dos olhos que viram mulheres formosas

da boca que disse poemas em brasa

dos nervos manchados de fumo e café.

Estive doente

estou em repouso, não posso escrever,

Eu quero um punhado de estrelas maduras

eu quero a doçura do verbo viver.”