CONFIDÊNCIAS DE UM BANHEIRO PÚBLICO....
Nos encontramos na livraria, um livro coincidiu com outro, assunto com assunto, tinhamos autores em comum; paguei um café, ela repartiu o bolo, conversa dentro, conversa fora, toquei de leve a perna dela, ela balançou o cabelo e ficou me ouvindo, enquanto um dos seus dedos percorria seus lábios; os sinais eram tantos e tantas eram as entradas que eu não tive saída: retornei o flerte! Era tudo ou nada!
Química instantânea, o nome dela era Tânia, o meu Romeu; não consegui esperar, nem ela; ficamos roçando um no outro, as pernas; e o beijo ocorreu.
Deixamos mesa, café e livros e fomos, meio escondidos, para o banheiro; eu entrei primeiro, ela entrou depois; daí, feijão com arroz e fechei a porta do toalete, ela me tocando, eu tocando ela; nenhum dos dois se segurando, que sorte a minha ter encontrado ela! Ela desceu as minhas calças, e eu subi nas paredes; mas antes do desfeche, lembrei que não tinha camisinha; mas ela era limpinha, parecia intelectual, não deveria ser uma dessas meninas; nem eu era um desses meninos...ou erámos?
Parei a montanha russa, ela me olhou desapontada. Eu pedi desculpas, não podíamos prosseguir sem a devida segurança; ela respirou fundo, parecia chateada, mas compreendeu e aceitou o fim da jornada.
Saímos do banheiro público, já sem o rio de lavas, já sem vontade de pagar para ver. As pernas se fecharam, o calor ficou frio. Voltamos a falar dos livros, trocamos telefone falsos... e assim termina esse conto, que de erótico não tem nada, mas de heróico tem tudo, pois não importa o tamanho da vontade, nem quem está ao seu lado; sem camisinha, é melhor que cada um vá para o seu canto, com coito não acontecido, mas inteiro, com saúde, e muito mais vivo!