“Amigo do peito “
Fala-se muito na figura do amigo “ideal”. Confesso que aos longos anos da minha trajetória de vida até hoje não compreendi... Porque as pessoas insistem sempre em dar este adjetivo ao amigo?
Eu acredito que há diversos tipos de amigos e que os mesmos são regidos por todos os tipos de sentimentos, muitos até bastante conflitantes e outros de uma infinidade de variações de conduta, de postura e caráter...
Ouço pessoas falarem: “aquele meu amigo me traiu, o outro me ofendeu e também me negou um pedido em que contava com seu apoio e não imaginava que iria negar! Fiquei decepcionado com fulano, pensava que era meu amigo...!”
Diante de tantos questionamentos fico pensando: onde está o amigo ideal!?
Acontece que, por mais que não demonstramos, temos o livre arbítrio, mas somos dependentes de outras pessoas, porque somos carentes sentimentalmente, socialmente e necessitamos de apoios constantes. Devido aos acúmulos de tarefas que nos são atribuídas, criando frustrações e necessidades diversas, perdemos a capacidade de nos controlarmos, por motivos de ordem emocional, não permitindo que nosso cérebro nos dê tranquilidade para resolvermos individualmente...
Agindo destas formas somos obrigados a acreditar que as pessoas se tornam nossos anjos da guarda e estão sempre de plantão para nos socorrerem... Esquecemos que cada ser humano é um ser único nas maneiras de pensar e agir, estando sujeito às mesmas complicações do cotidiano, tendo as mesmas variações emocionais e que, muitas vezes, sem querer, cometem erros que nos magoam a ponto de não acharem que são nossos amigos e também não os entendemos por nem sempre considerá-los amigos! As pessoas por uma questão de franqueza e dificuldades não conseguem suprir as nossas expectativas e muitas vezes podem até nos decepcionar, a ponto de não conseguirmos compreendê-los... E uma amizade sólida acaba sendo diluída devido a estes e outros fatores.
Na realidade, o “Amigo do peito” existe...! Dentro da capacidade de cada um, da circunstância do momento ou da harmonia e convivência dos dois lados e da tolerância e respeito pelos direitos de cada um... Mantendo-se uma coerência...
Pensamentos-José Deoclécio de Oliveira