A GRANDE MÃE
As pesquisas sobre o Imaginário demonstram que, desde sempre, o ser humano enfatiza sua ligação com a Terra, por ser a “Grande Mãe” provedora de tudo o que ele necessita para viver e para quem entrega o corpo depois da morte.
Os indianos personificam essa ligação na deusa “Kali”, bondosa e cuidadora da vida e da morte, cultuada desde doze ou dez mil anos antes do presente.
Para os chineses, a terra está personificada na deusa “Kuan Yin” e simboliza a compaixão, a iluminação. A origem do seu culto se perde no tempo.
Os gregos chamavam-na de "Gea", a provedora, e essa influência é sentida no judaísmo desde que Abrão saiu de Ur, na Caldeia, para habitar a “terra onde jorram leite e mel”, talvez a seis mil anos antes do presente.
Para o cristianismo, a terra com tudo o que ela representa está personificado em Maria, a “Virgem Mãe do Salvador”, a “Mediadora”, a “Compadecida” tão bem demonstrada na obra imortal do professor Ariano Suassuna, cujo culto e adoração ressurgiu com força total dentro da Igreja Católica Apostólica Romana, a partir do papado de João Paulo II.
Essa forma feminina, que complementa a “Santíssima Trindade”, é venerada em todo mundo cristão sob diversas denominações (Carmo, Dores, Aflitos, Guadalupe, Fátima, Lourdes, Medjugorge...)
Hoje, dia oito de dezembro, se comemora o “Dogma da Imaculada Conceição de Nossa Senhora”.
É festa no Recife, precisamente no Morro da Conceição, o mais alto da cidade, onde foi instalado o santuário em invocação da santa por causa de uma promessa. A tradição popular fala de um acidente em alto mar e da promessa do sobrevivente de construir o santuário no primeiro pedaço de terra avistado.
Ele conseguiu e hoje, estima-se que, um milhão e quinhentas mil pessoas visitem o santuário.