ESPANTAR ATÉ ALIENÍGENAS?

Nos confins da via-láctea existia um enorme planeta, moral e tecnológicamente evoluído, e seus habitantes que já viajavam na velocidade da luz, pesquisavam o universo.

Descobriram na galáxia um planeta azul, que para eles era um planetinha, perdido na imensidão do cosmo e, deliberaram conhecê-lo melhor.

Para tanto, enviaram algumas naves para observações. Queriam conhecer os habitantes, o modus-vivendi, e, principalmente tinham curiosidade sobre as formas de governo do tal planeta azul.

Dividiram-no em vários quadrantes, e a cada um foi enviada uma expedição.

Inicialmente, os integrantes da que ficou com a parte mais rica da Europa tiveram impressão razoável.

Como possuíam um aparelho ligado à roupa que os tornava invisíveis, puderam por isto, analisar tudo com detalhes. Entravam nas residências, observavam seus moradores, suas atividades profissionais e, com algumas restrições, o relatório que elaboraram foi até favorável.

A missão que estudou a América do Norte também ombreou com a população; entraram em inúmeras moradias, conheceram a intimidade de muitos; visitaram sedes de governos.

O relatório conteve aspectos positivos e negativos...

O grupo que estudou o continente africano apresentou relatório alarmante a respeito do atraso intelectual do povo, da fome, das guerras, dos governos.

A equipe que foi ao Oriente Médio ficou apavorada com o que viu: homens em guerra por algo que não conseguiram apreender, se por diferenças raciais ou o que chamavam de religião; atentados terroristas, homens-bomba, um ódio incomensurável.

O parecer - na íntegra - foi: "O povo é extremamente feroz, a ponto de animais inferiores em nosso mundo serem mais inteligentes e de melhor sentimento que grande parte dos moradores da região".

A tripulação da nave encarregada da América do Sul observou um país cujos contornos lembra um coração - até porque, lá no remoto planeta, o coração também representa sentimentos superiores -, e, por isso, decidiram-se a um estudo mais profundo, detalhado.

Também dividiram o país em vários quadrantes e principiaram o trabalho.

Várias regiões foram esmiuçadas com atenção.

Perceberam quanta riqueza natural possuía a nação. Todavia, viram-na sendo dilapidada pela ganância do homem. A Natureza severamente agredida...

Mas, no seio dos habitantes é que encontraram mais discrepâncias. Jamais tinham visto tanta iniqüidade, tanta injustiça social em outros mundos do Universo. A riqueza do país nas mãos de pequena percentagem de habitantes, enquanto a maioria da população trabalhava, se esfalfava para enriquecer, ainda mais, os potentados...

Nos governos, então, ficaram horrorizados com o que viram. Governantes - que lá em seu sistema solar, seriam considerados a escória e banidos para onde houvesse prantos e ranger de dentes -, mandavam e desmandavam; exploravam o povo. E o pior, constataram e não entenderam o por quê: era o próprio povo que colocava aqueles homens no poder, a cada eleição.

Tanta coisa errada e assustadora que viam, que, um deles até perguntou: " O formato de coração do país é para quê? Será que não está com o povo errado?

Tanto viajaram pelo Brasil, tanto observaram. Assistiram, invisíveis, a reuniões do Congresso Nacional; estiveram em Assembléias Legislativas, em gabinetes governamentais, em Câmaras Municipais, Prefeituras e, como alguns deles já começaram a ficar doentes, face ao que percebiam, o chefe da expedição deliberou partir imediatamente, e,

em seu relatório constava a seguinte observação: "Não retornar, nos próximos séculos a este país, pois, a alguns dos visitantes, haveria sério risco de contágio..."

Só não disse de que tipo o tal contágio: Quem sabe de certos "políticos" e seus pares convencê-los de que são as mais cândidas e sinceras criaturas, e, por conseqüência, influenciar negativamente inexperientes participantes de outras missões...

Assim está o Brasil com seus políticos: espanta até alienígenas...

Até quando?!...

PEDRO CAMPOS
Enviado por PEDRO CAMPOS em 08/12/2010
Reeditado em 12/03/2011
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