Sobre coisas que perdemos em dois anos.

O que cabe em dois anos? Quantas coisas podemos guardar nesse meio tempo? Quanta coisa a gente perde pelo caminho, sente falta todos os dias, mas não surte iniciativa alguma em procurar e voltar a possuir, pois sabe que esse tipo é o que ressurge naturalmente, e forçar uma coisa dessas, só contribuiu pra que piore.

Acho que nenhuma palavra tem definição suficiente para o que tenho sentido, dês da época em que perdemos a eufórica amizade. Não falo só da Mylenna, aqui. Falo de todas as pessoas que estiveram ao meu lado no pior amor da minha vida; e contribuíram pro meu atual estado de felicidade.

O tempo passou e a gente não viu. Foi o desgaste natural de todas essas coisas do universo. Todas essas que enquanto possuímos, não sabemos o quão significam, mas se deixarmos por conta desse tão amável e odiado tempo, depois vamos querer nunca ter deixado esse tipo de coisa se perder.

Não adiantou amarrar a amizade à essas cordas que nos prendiam uns aos outros. Seguindo o rumo natural que as coisas tomam com o passar do tempo, fica perceptível que elas se transformaram em pó, sem termos feito absolutamente nada. Lembro que na época, nem pensávamos na hipótese do tempo nos pegar, mas assim que percebemos que parte das coisas haviam mudado, chegamos a passar um pouco de cera nessas cordas. Mas de nada adiantou, pois esquecemos que esse velho truque só funciona com barbantes. E a ação do vento também destrói. Não se deixa relacionamentos amarrados à cordas em contato com o ar. E tu deverias saber disso, Bárbara; tu deverias.

No entanto, e se guardássemos toda a amizade numa caixa, cada dia ficando com alguém, será que daria certo? Será que assim seríamos capazes de conservar um pouco mais tudo que queríamos ter agora?

Eu sinto tudo que sentia há dois anos. Toda a ingenuidade, as risadas, alegrias, poemas, medos, conflitos, altos papos. Ta tudo guardado na minha memória, e a falta me aumenta a cada dia.

É enorme o número de coisas que se perdem pelo caminho em dois anos. Amigos. Relacionamentos. Sentimentos. Carinho. Compreensão. Alegria. Amigos.

É enorme o que sentimos no peito em dois anos. Saudade.

Sei que ficou desorganizado. De novo. é o tipo de coisa que ainda estou trabalhando.

Bárbara Ornellas
Enviado por Bárbara Ornellas em 07/12/2010
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