Os morros do Rio X os morros do Nordeste!

Quando, politicamente, o Estado quer, nada ou quase isso é difícil demais de ser engendrado. O recente exemplo das ações das forças militares no Rio de Janeiro é uma clara demonstração do que eu digo. Juntaram-se as mais diferentes polícias brasileiras e invadiram os morros do Rio e puseram a bandidagem para fora. A cena que vimos na televisão, onde aproximadamente duas centenas de marginais corriam bandeados para lugar nenhum, foi um retrato do poder do Estado e do sucesso operacional da integração das forças militares brasileiras. A sociedade não só assistiu como aplaudiu de pé os resultados da ação dessas forças.

Estou convencido de que a união dessas forças seria o máximo para a defesa da sociedade. Não compreendo o porquê de ainda existir polícias distintas para o mesmo fim. Quando nasce uma união a força se multiplica. Por que não se aproveitar agora essa demonstração factual e pôr em discussão essa problemática?

O Complexo do Alemão ainda envergonha o Brasil. Bem que o Estado Federal poderia retocar todos os seus moradores em uma área nova e destruir as casas daquele lugar e em seu lugar construir um imenso complexo esportivo, cultural, onde o tráfico jamais pudesse ter acesso. Aí, sim, creio eu, estaria resolvido de uma vez por todas a questão do acesso à marginalidade àquelas áreas, hoje, ainda, de dificílimo acesso.

A primeira grande batalha contra o tráfico de drogas no Rio de Janeiro foi feita. Se as autoridades ficarem nisso, não passará um ano sem que os marginais retornem, com mais ousadia e pondo a sociedade local como refém de suas ações maléficas. Isso jamais poderá acontecer. O palco de guerra deve permanecer por muito tempo nesses morros. O povo já deu sinais inequívocos de aprovação.

Estranhei por não ouvir nenhum pronunciamento da Presidenta Dilma Roussef acerca do acontecido no Rio. Onde ela estava? O Presidente Lula ainda apareceu palidamente em sua viagem internacional recente. Há horas em que mais necessitamos de seus discursos. O Estado Federal tem a obrigação de expressar-se para o povo governado, nessas horas de muita indecisão.

A imprensa agiu com mestria. Foi ousada a penetrar nos labirintos dos morros à procura de ações e de gente. Se aqui no nosso querido Nordeste o Governo Federal já tivesse feito algumas operações dessa magnitude contra os nossos bandidos de todas as facções, a criminalidade já deveria ter caído a níveis importantes.

Tenho o receio de que agora, após essas ações das forças nacionais nas favelas do Rio de Janeiro, esses marginais que sobreviverem livres e ilesos debande para nosso Nordeste e aqui se instalem com facilidades. O mal tem de ser extinto ou, no mínimo, posto em controle severo pelo Estado brasileiro. O formigueiro foi mexido e as ações têm que continuar, cada vez com novidades mais efetivas.

A geração de crianças que merece uma vida com liberdade é enorme. Apenas isso já justifica qualquer excesso que se faça com essas ações policiais. Espero que alguns não queiram aparecer promovendo teatralmente a defesa desses indivíduos foras da lei. Bandido perigoso morto é um alívio para a sociedade. O povo cansou de ser escravizado pelo tráfico de drogas e suas imundícies afins. Cada bala gasta no combate ao narcotráfico representa um suspiro de alívio para aquele povo tão sofrido. O Rio de Janeiro é um paraíso natural e não pode ser usado como um chiqueiro de porcos abrigando esses homens podres que de humanos nada têm. Parabéns às forças policiais do Brasil por tão nobre exercício de civilidade.