O FILHO DA PUTA

Hoje eu estava assistindo a um “talk show”, o Happy Hour, e surgiu uma discussão entre a Astrid e o Fred sobre determinadas palavras que são palavrões em alguns estados ,enquanto em outros não, pois fazem parte do vocabulário cotidiano da região. Um exemplo é a palavra “porra” que em boa parte dos estados é considerada palavrão, mas que em locais do nordeste como a Bahia e São luís do Maranhão, fazem parte do vocabulário usual.

Isso me lembrou do bom e velho “filho da puta” que a meu ver é um grande equivoco do dicionário “palavrãosístico”. Bom, deixem que eu explique o meu ponto de vista: infelizmente quando ouvimos esse “palavrão”, normalmente nos fixamos no “puta” quando, na verdade, eu acho que deveríamos nos fixar no “filho”. Verdadeiramente a mãe nada tem haver com isso, e na maior parte das vezes nem é “puta”. Alguns podem justificar o xingamento dizendo que foi ela, a mãe, que pôs o talzinho no mundo. Mas sejamos justos né? Quando uma mulher engravida, ela não tem condições de saber quem está vindo para as suas mãos. O que eu acho corretíssimo! Isso é mais uma prova da sabedoria divina. Porque se agente soubesse que iríamos dar a luz a um “filho da puta”, choque seria tanto que aumentaria em muito o risco de aborto espontâneo.

Vamos voltar à linha de raciocínio, se não eu me perco. Como eu ia dizendo, não acho correto dizer que tal criatura, o “filho da puta”, nasça necessariamente de uma prostituta ou qualquer outra definição que se dê a uma mulher dita “puta”. Na verdade, nem todo nem todo “filho da puta” nasceu do ventre de uma “puta”. Assim como, nem todo filho de uma “puta” é um “filho da puta”. E vou ainda mais além ao dizer que nem mesmo toda “puta”, é uma “filha da puta” por ser “puta”. Porque pra ser “filho da puta”, não se precisa necessariamente ser puta ou filho de uma. Isso também é válido para os “putos” tá?

Eu sei que falei demais e confundi a cabeça de vocês. Então pra facilitar vou definir o que seria um “filho da puta” no meu modo de ver as coisas:

Filho da puta – Pessoa que te fere, prejudica e sacaneia. Causando assim, danos morais, materiais, emocionais e físicos separadamente ou todos juntos. E se exime da culpa, alegando ter sido obrigado a fazê-lo pela própria vítima, por terceiros ou por forças das circunstancias. Dessa forma saindo ou tentando sair ileso das consequências do seu ato.

É uma palavra que define uma pessoa igualmente traiçoeira, pois apesar de parecer ser substantivo, também se comporta como adjetivo e não tem gênero podendo aparecer na forma masculina, feminina e em todas as suas possíveis derivações. E em se tratando de número, caracteriza-se pela grande quantidade pois são altamente resistentes e proliferam como baratas pelos quatro cantos do planeta.

Acho que agora eu fui clara. Isso é um “filho da puta”!

O “filho da puta” é tão “filho da puta” que faz as cagadas e deixa que a mãe seja xingada no seu lugar. Vai ver que o motivo seja porque essa espécie de gente é, na verdade, filho de chocadeira. E o ser feminino que lhe deu a luz, tem seu ventre usado na posição de hospedeiro pela tal criatura. Então, sugiro que finalmente sejamos justos com essas desafortunadas mães, parando de chamar assim a essa estirpe de safados(as) que andam por aí. Que sejam chamados de salafrários, cafajestes, hipócritas, miseráveis, “merdas”... Mas não “filhos da puta”. Tudo bem que foram criados pelas mães, mas sempre temos a oportunidade de escolhermos entre o certo e o errado, se escolhem o errado... O fazem porque assim querem. E além do mais, “filho da puta” tem nome. Vai dizer que você não conhece um?