Proteção anticópia?

É mesmo estranho o controle de fluxo de informações na rede no que concerne a contagem de acessos (supostos leitores) e a hipótese de cópia dos textos. Vejamos se podemos compreender claramente. Certos artigos são lidos por um número pequeno de leitores, porém engordam a contagem final. Significa que houve certo engodo quanto a ilusão de alcance da informação. Você tem, digamos, cem mil leitores somados, apenas dois numa crônica de excelente utilidade para compreensão da realidade. Ela na verdade foi lida apenas por dois indivíduos, supostamente leitores no que diz respeito ao acesso da pasta. Como todo escritor deseja ser lido à cópia poderia ser efetuada sempre, gratuitamente, mas há um mecanismo que lava as mãos quanto a essa possível cópia sobre o pretexto da não garantia de autoralidade. Alguém futuramente poderá dizer que aquele artigo era seu, porque copiou, enfim. E então? Então um artigo de jornal que fica exposto da mesma forma tem a proteção da impressão como data inicial de possível arbitramento. Diferente da página virtual. Jornal tem tiragens e mais alcances de leitores, embora não se possa saber quem exatamente leu ou não, nem ouvir um comentário supostamente mais rápido. Menos espaço para todos, tudo bem, mas os que possuem são levados com vantagem ao público ledor.

Para que serve tais vantagens? Ou ainda “para quem serve tais mecanismos?” Ao aparelhamento que se reserva com anterioridade em tudo unilateralmente no caso de exploração e lucro por suposta proteção? São democráticos esses mecanismos? Esperam que o ilustre parlamentar Tiririca acabe debatendo tal questionamento, pois melhor do que está não fica?

Picuinhas a parte eu preferia que fosse permitido um espaço gigantesco de um só arquivo para que pudéssemos elaborar a página com os recursos disponíveis como quem diagrama um jornal. Pronto. Essas pastas isoladas funcionam como fax e não como computador. Mas é claro que o natural da máquina é ofertado mediante o aceno financeiro. Espécie de cama vendida sem estrado. Para se ter a cama, e o sono, paguem pelo estrado; colchão, lençóis e as cobertas de lã.

Essa exploração escalonada de lucro indireto tem regime institucional. Confunde e lucra. Nesse silêncio em que a produção intelectual acaba caindo à informação de fato é sufocada bem mais do que o normal. Pelo menos no jornalismo convencional de papel não havia essa falsa idéia de divulgação massiva. Agora uma coisa é certa: desde a velha imprensa de papel o lucro silencioso não é do escritor.

O que mudou foi a ilusão de alcance.

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Feliz Natal