Trasformações
Dezembro chegou avassalador. As limpezas viram de ponta cabeça as residências. Reformas são iniciadas em caráter emergencial. Pocotes de tralhas vão para o lixo dando espaço as novas decoração natalinas e aos utencilios mais sofisticados. Carros novos são adquiridos, parece que há uma urgência em transformar a vida e valores espirituais confundem-se com os materiais. Não querido leitor, não estou fazendo julgamentos, apenas relatando o que vejo, bastante óbvio ? Nem tanto, somos demasiadamente influenciáveis; pelo sol, pela nova estação e pelo apelo da mídia.
Toda transformação é excelente, ainda mais quando vem embutida nesta e naquela a consciência do que se está a fazer.
Dezembro é tempo de correrias, de férias à vista, de colocar tudo em dia, tudo que se postergou durante os meses que o antecedem.
Dezembro é final de ciclo no calendário gregoriano. Já acho que um pouco de outros calendários poderiam guiar-nos para que o estresse, a depressão, ou seja a ansiedade generalizada não papasse nossa saúde e mandasse para o ralo junto com as tralhas, nossa tranqüilidade outonal, que parece um pouco zen até.
Desejo que gotas de tranqüilidade permanecessem ao pé das árvores natalinas para lembrar-nos que existe dentro de cada um de nós um self, uma centelha luminosa que permanece intacta e que o verdadeiro cristão cultiva sua fé, devoção e solidariedade todos os 365 dias do ano e, que presentear, limpar, reciclar, reformar, a si mesmo sobretudo, é tarefa a ser realizada diariamente e, caridade, compras fazem parte da rotina de quem está com os pés plantados no chão e o olhar no infinito.
Portanto não aflijam-se meus caros leitores, aqui também há decoração natalina, planos de final de ano e um montanha de abraços a serem distribuídos juntamente com cestinhas aos mais necessitados que aguardam a época mais enfeitada do ano e a de maior fartura nas mesas dos privilegiados. Transformemo-nos pois, em um braço amigo para que haja menos fome, solidão e ansiedade, afinal a vida é surreal...