Uma antiga crônica de Natal

Segue abaixo uma crônica do Pastor Alberto Blanco de Oliveira, publicada em meados dos anos 80 no Jornal de Oração, da Cruzada Mundial de Literatura. Publiqueia-a várias vezes no Jornal Cristão em Bauru/SP e sempre os leitores me pediam para republicá-la. Quase 30 anos se passaram e ela continua atualissíma. Ei-la:

NATAL PARA TODOS

Pai Celeste, mais uma vez temos diante de nós o Natal. Dia de festa para comemorar o nascimento de Jesus entre os povos chamados Cristãos.

Os homens arranjaram uma árvore bem verde e muito bonita. Penduraram enfeites coloridos e até luzes multicores para torná-la ainda mais bela. Esqueceram-se, todavia, da “Raiz de Jessé”. Por isso, ela murcha tão depressa. Em cima dela puseram uma estrela, que não é, porém a “Estrela da Manhã”.

Os comerciantes também participam da festa e passaram a ser os principais promotores dela. Fazem de tudo para alargar as suas portas e torná-las mais atraentes. Esqueceram-se, entretanto, de honrar aquele que disse “Eu Sou a Porta”. Arranjaram ovelhas e carneirinhos para decorar suas vitrines, mas não se lembram de colocar ali o “Bom Pastor”, nem se recordam do “Cordeiro de Deus” que tira o pecado do Mundo.

Tudo fica mais bonito porque acendem-se muitas luzes de todos os matizes. O mundo inteiro fica iluminado, mas não com a luz daquele que disse: “Eu sou a Luz do mundo, quem me segue não andará em trevas, mas terá a Luz da Vida”. Tudo fica iluminado, menos os caminhos espirituais, porque os homens não aceitaram, ainda, aquele que disse: “Eu sou o Caminho, a Verdade e a Vida, ninguém vem ao Pai senão por mim”.

Senhor, o que mais se vê no Natal é o desejo de vestir-se e comer bem. Todos compram roupa nova, todos preparam pratos deliciosos e refeições especiais. A lição do Mestre sobre os lírios, que sem qualquer preocupação se vestem melhor que o Rei Salomão, não foi aprendida. O “Pão da Vida” não é o alimento preferido por aqueles que pretendem comemorar o nascimento do “Príncipe da Paz”, em meio a batalha pela sobrevivência.

Ó Deus, o mundo fica até perfumado com tantas rosas e tantas flores, mas não se sente o aroma da “Rosa de Sarom”.

E assim, será, Senhor, até que voltes para julgar os homens. Naquele dia então serás reconhecido como “Reis do Reis e Senhor dos Senhores”.

Pai Celeste, move os nossos corações para fazermos o Natal de alguém com menos do que nós mais alegres para que assim, o nosso Natal seja mais Feliz.

“Glória a Deus nas Alturas”.