Evoluções e Devaneios - Parte 02

E minha pseudo-evolução pela yoga prossegue pelas páginas de um livro. Sei que nem de leve estou tocando em verdades profundas ou trilhando caminhos certeiros, principalmente sabendo, pelo que o livro me diz, que a yoga não é contemplação e meditação e sim um misto de suor e dor, prática e sensibilidade, entendimento e busca.

Mas continuo muito interessado em aprender, primeiramente, sobre a yoga e depois, quem sabe, a própria yoga. Covardia, preguiça, comodismo? Pode ser.

Algumas frases, alguns conceitos têm me marcado bastante, alimentado meu pensar e me feito entender que há caminhos diversos a se seguir.

Começo a crer que se possa escolher qual caminho se quer seguir, de acordo com o tipo de pessoa que se é ou que se queira ser, mas isso pode ser uma simples fuga de ter que entender que há esforço na vitória. Essa crença acaba me distanciando da yoga, a vejo como algo dos outros, a se admirar e respeitar, mas só isso. Quem sabe mais leitura e um início de prática me mostrem quão errado eu esteja. Enquanto isso, continuemos a ler e a pensar.

E uma das frases que me intrigam, apesar de a saber certa, diz: “... a prática e a pureza da vida nos coloca `entre’ as pessoas, não acima delas”.

Se acreditamos que nossa elevação espiritual nos integra ao todo e esse todo inclui as pessoas, então nos colocamos entre elas e não acima delas. Se nos colocamos entre elas, isso significa que elas estão entre nós, os “elevados”. Mas se estão, então também são “elevadas”, o que é incoerente, já que apenas “nós” teríamos nos elevado.

Então a elevação não existe como um degrau, uma evolução, e sim como uma capacidade a mais de se enxergar e enxergar um pouco do todo, apenas tomando consciência de algo que já é. Elevar é perceber. Perceber sem praticar é não viver.

E viver com esta percepção de se fazer parte do todo é comungar sentimentos.

Então, para que elevemos, evoluamos, percebemos e praticamos, conceitos fundamentais da yoga. E ao nos elevarmos permanecemos onde estamos, não mudamos de mundos nem de universos. Então não podemos negar este universo que nos abraça ou nem dele podemos fugir.

Mas se eu acredito no Nada, como me apegar a um algo tão tangível quanto um universo? Ainda não sei dizer, mas sou todo ouvidos...

George Wootton
Enviado por George Wootton em 05/12/2010
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