Entre insetos e borboletinhas.

Vai longe o tempo em que em que crianças sonhavam em ser um super-heroi ou mesmo um astro do cinema ou televisão.A geração que nasceu no pós-guerra tinha uma série de traumas e restrições e sabia de cor e salteado o resultado que um passo em falso poderia levar caso fosse dado sem sabedoria.

Momentos dificeis eram suportados com esperança e apesar de estreita, a linha da vida prometia longos dias a quem se entregava com afinco à realidade. As primaveras nem sempre eram um tempo florido, pois o semeado tempos antes nao foi exatamente um novo mundo e sim a loucura desenfreada de um lunatico vivendo fantasias de uma raça pura, mas apesar de tudo, a vida corria solta e não era incomum encontrar deficientes por efeitos das bombas ou mesmo amputados brincando de forma desengonçada nas ruas nos intervalos em que procuravam uma nova diversão.

Estranho que gerações posteriores nao tenham aprendido esta lição, pois enquanto penetro neste mundo procurando saber o que deu errado no amor que o homem diz cultivar, seus valores fisicos/morais, idéias/ideais as vezes tão bizarras ou mesmo infantis, reconheço que os mesmos também fizeram ouvido de mercador à nova realidade procurando cada um a sua maneira tirar proveito do que restou de forma análoga a geração anterior mudando apenas e tão sómente referenciais.

Francamente, sozinho sou incapaz de encarar a vida de frente e desconheço quem o faça sem um mínimo de mascaras como proteção. Hoje, fim de ano, tenho em mente que tudo posso se contar em minha retaguarda com pessoas leais a suas idéias (por tabela, minhas também) e por isso maravilhosas pelo que são. Para nós, a música que toca pode ser outra mas o ritmo dado é exatamente aquele que cada um pode oferecer de melhor ao sentir sua vida florescer entre insetos e borbeletinhas pairando em nosso jardim.

Manoel - 04/12/10 - 11:37h