A libertação

Apenas quando nos libertamos dos desejos do ego, podemos ver o que precisa ser visto. O ego nos engana constantemente... "a mente, mente constantemente". Aqui se entenda como mente, a mente inferior, que na verdade é uma extensão, senão uma criação, do ego para nos manter aprisionados no mundo, na roda entre o nascer e o morrer pela eternidade, se não despertarmos para a realidade da alma e crescermos enquanto espíritos.

Soltar os grilhões corresponde a nos desapegarmos dos pensamentos, que seguramos como se fossem nossos. Pregados em nossos corpos etéreos qual crosta na pedra, eles nos monopolizam e nos mantêm seguros, presos ao grilhão do apego e da falta de fé, reféns de nossos medos e receios em relação ao futuro.

Para vencer a inércia natural da matéria, precisamos abrir todos os nossos canais e observar onde estamos nos detendo. O maior de todos os obstáculos a este processo é a nossa personalidade. Para transformar esta parte do nosso ser, precisamos nos dedicar ao entendimento e conhecimento de nós mesmos, com profundidade. Observar as nossas reações e compreender a necessidade de cada comportamento e nos liberarmos deles, individualmente. Apenas quando compreendemos a nossa parte mais superficial, podemos partir para o entendimento de nossa essência, a alma.

Quando eu creio no "Espírito Santo", creio na verdade em minha essência mais profunda, que sou EU em verdade. O meu "EU" é Deus manifesto no mundo, mas eu só posso manifestar Deus no orbe se eu O aceito desinteressadamente como meu Mestre e Criador. Para que isso aconteça, preciso entregar para a Divindade todos os meus defeitos e problemas para que ELE os resolva e aceite plenamente a solução dada por ELE para cada um deles.

Não existem duas formas de amar a Deus. Não se pode venerar a Deus e ao mundo ao mesmo tempo, por que Deus é o "EU" e o mundo é o "ego". O ego não aceita a superioridade de Deus, por que ele quer se perpetuar em sua existência e isso não é possível, pois ele faz parte do mundo que é finito.