Cinismo e agonia

Estamos vivendo sob o efeito de coisa reunida que afasta do mundo a capacidade de reflexão, assim como a cadeira se encaixa, logo se reunindo aos demais elementos. ninguém vê nada de especial numa cadeira, num quadro, num poema. Todas as informações segmentadas acabam numa união servil, rápida e prática. Essa coisa reunida a várias existentes é o resto de metafísica adotada para ajuntamento político da razão das coisas. Respira a existência nossa medicina prática de subsistência supõe um arsenal de outras etapas que são exploradas com sucesso. O julgamento concomintante e ráipdo produz aspereza e poder. Quase ninguém pergunta nem defende os que se iludem por interesse de suas próprias substâncias adotadas. A idéia é de que algo se estraga cobrindo a totalidade das dores lancinantes diárias e dos rumores de fatores angustiantes à vista. Mas não é verdade, menos ainda a verdade de todos. Desaprendemos a respeitar a verdade individual como direito e a democracia ofertada que violenta os pobres em detrimento das informações vendidas, agrupadas pela sua face moral bem manipuladas em jorros opressivos. Notavelmente devolvidos nos mesmos influxos em descontrole irracional.

Todos desejam um engenho extraordinário como uma compra mútua, mágica, emp´re´stimo de fidalguia ao poder de consumo. Ninguém tem tempo para detalhes quando toda sgnificação abordada ganha resumo diário. Ninguém observa o artificialismo das facilidades, sua fluência vil. Nascemos e nos criamos como quem vai empregar sempre todas as forças para recuperar a oportunidade de um banquete. Para tanto é preciso inventar sempre um novo codex, um novo códice, um novo código para conter a vontade mal cumprida. A inteligência ganha ares de rapina. Habita nossos corações e mentes o profundo interesse para realização de obras com extraordinária grandeza. No comércio da saúde, acordar em paz e com saúde, já não representa mais grandeza colossal. Cresce o valor para o risco do qual logo após geme e lamenta. Colossal é marchar com armas sobre a multidão, sobre o casario, em resposta as colunas de sonhos, sobre as colunas de casas. O casario pobre, pobre, pobre cai sobre o pretexto plausível dos grupelhos de fascinorosos. Dignos de memória? Quando multidões de jovens são levados ao serviço temporário das armas, logo abandonados a utilidade sem proveito na incerteza do amanhã... Qualquer pedaço de sonho ganha conveniência, já exercitado e sem soldo.

Miséria, nenhuma outra droga pesa tão mal quanto a miséria. De modo que apenas as drogas, próximo dela, tem ares de conforto, enternecimento, misericórdia. Fruto do capital tenaz do prazer reprovado pela moral também insana, sujeita-se a morte, detida mortalmente em sua morada feroz.

Há mais cinismo do que compensação no que tange ao respeito desses doentes indecisos quanto a viver sóbrio o infortúnio ou aliviar o retrato de ouro das promessas inalcançadas. Condenados a sede diante do grande regato de águas limpas e puras, por si só se rebelam. Filhos de porões horrendos lhes sendo fiel ao retrato.

Desde Cícero se sabe que o homem tem instinto natural para escolher ervas proveitosas, portanto, toda oposição acaba em lucro, de alguma forma em lucro concelebrante dessa lógica das ações violentas. Dificilmente o orador agordalhado e faminto compreenderá o quanto a sua luta se desvia da origem. É a contínua pobreza que nasce entre a boca da noite e o nascer da alva a grande droga dos usurpados, dos infelizes a serviço do hedonismo natural dos artifícios. O berrante não fala senão de vinhas modernizadas sem queixar-se da pobreza que vitima uma casta de erva na borda de suas ilusões exatas. Dele o que resta é alardear interminável agonia.

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