Rir de tudo foi sempre o seu melhor remédio! (Lembranças do quintal da minha avó!)
Melhor viver assim com o sorriso brotando de dentro da gente. Melhor viver face iluminada pelo brilho sonoro de uma gargalhada. A vida é pra ser vivida como se fosse asas de borboleta: leve, linda e delicada!
Pra cada dor, uma dose eficientemente administrada de sorriso!
"___ E o que sobra da vida? pergunta o vento sobre o túmulo do homem que tanto dinheiro guardou.
As dores deixam suas macas quando o quarto é invadido pela beleza do sorriso.
Estampado na face sob a batuta do silêncio coralino é sorriso; alardeado pelo barulho da fanfarra da alegria do momento é gargalhada.
A crença inabalável que o amanhã será melhor. O humor que não se verga ante a realidade da doença. Se as coisas estão bem, um sorriso; e se as coisas não estão como a gente queria, um sorriso também.
Ali já doentinha, a senhora da alegria: minha inesquecível vó Luzia!
Tinhamos combinado, grande parte da família, que iríamos alugar um ônibus para irmos até a cidade de Bonito, aqui mesmo no MS.
Um paraíso incrustado no Pantanal e bastante visitado por turistas nacionais e internacionais.
A doença veio visitar minha avó meses antes da viagem.
Após dias de internação foi lhe dada a alta. Em casa, recuperando sua saúde, ás visitas ela dizia, sempre sorrindo: "___Menino, eu passei mal!Até pensei que o "Feio" (forma debochada de minha avó se referir á morte) ia me levar. Agora que ele não me levou, eu irei pra Bonito!
O médico porém nos deu o diagnóstico: Câncer!
Avaliou-se também que pela idade da minha avó,noventa e três anos, a quimioterapia ia ser um sofrimento muito grande e, em razão dos maus prognósticos, causaria mais danos do que bem.
Foi então que foi reforçado ainda mais os cuidados com a alimentação, com o repouso, com os remédios para suplantar a dor.
Porém, dia a dia, ela ia ficando mais frágil. Não padecia de dores, mas as forças lhe escapavam visivelmente. Ela percebia esse definhamento.
Querendo animá-la, diziamos: "__Força vó, que nós iremos pra Bonito!"
Ela, como sempre, dava uma gostosa gargalhada e dizia ainda sorrindo:
"___Vocês terão que ir sem mim!"
Retrucavamos: "__Que nada vó! A senhora vai sim!"
Ainda rindo, ela arrematava: "___Vocês vão pro Bonito, eu acho que vou é para o "Feio!". E dê-lhe gargalhada!
Com este bom humor e fazendo deboche da morte que se aproximava, sorridente perseverou até o fim!