A magia da minha existência: agora ou depois?

As pessoas têm medo de mim. Acham que assusto.

Tenho minha função. Bem explícita, por sinal.

Trabalho tanto. Estou tão cansada no momento. Deus, dá uma folguinha aí, vai?

Viajo na velocidade da luz. Às vezes nem dá tempo para realmente olhar as almas que carrego. Triste.

Meu cheiro é característico. Logo alguém percebe.

Já carreguei o mundo, digamos: culpados, inocentes, crianças, jovens, adultos, velhos, normais, loucos, saudáveis, doentes...

Já participei de guerras, de desaparecimentos, de assaltos, de acidentes, de estupros, de fenômenos naturais, de doenças...

Tenho muita vontade de chorar, sabe?

Sou a ausência de tudo.

Nunca consegui rir. Apesar de alguns já rirem de mim.

Tenho a ligeira impressão de estar sendo chamada.

Com licença.

Ah, esqueci de me apresentar: prazer, meu nome é morte.

Sombrio, não?

Mariana Rufato
Enviado por Mariana Rufato em 01/12/2010
Reeditado em 22/05/2013
Código do texto: T2647675
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