DE TIJOLOS, DE PALHAS OU PÉTALAS DE ROSAS?

Ao caminhar pelas ruas do bairro onde moro, observo que a altura dos muros das casas e das escolas aumenta à medida que a segurança diminui. Com finalidades de proteger, marcar territórios e organizar, essas barreiras também afastam e distanciam as pessoas.

Os muros e muralhas fazem parte da história da humanidade; em 1640 os holandeses construíram um muro para evitar os ataques dos índios. Anos mais tarde, essa construção deu nome a uma rua conhecida mundialmente, com um grande centro comercial “Wall Street”, ou "Rua do Muro", em Nova York.

Penso que as barreiras construídas pelo homem com pedras, tijolos, concreto e até palha, de certa forma são mais fáceis de serem removidas, ou escaladas. Mesmo que necessitem de anos, por se tratar de matérias perecíveis têm o seu tempo de vida... Quanto aos “muros” psicológicos estes são mais difíceis de serem “derrubados”, pois surgem devagar, quase não se percebe são invisíveis, mas fortes e intimidam.

Peça a peça são montados com palavras mal interpretadas, mentiras, preconceitos... Encaixadas e alicerçadas nos espaços vazios do coração, incentivadas pelas decepções, dúvidas, e falta de diálogo. De certo modo com objetivo de proteger, eles afastam, inclusive do amor, da aventura maravilhosa que é amar e ser amado (a).

Caso fosse possível escolher o tipo de “muro” que um dia meu coração tivesse que enfrentar, escolheria o de uma palha frágil que voasse com o primeiro vento e algumas lágrimas. Ou então de pétalas de rosas que além de perfumadas duram pouco e não me afastariam do meu amor...

Vanice Ferreira (BVIW)