Amor versus Ódio (BVIW)
O que separa esses dois sentimentos tão profundos?
O ser humano é um poço de indecisões.
Amamos nosso gatinho quando crianças, mas na primeira arranhada que ele nos dá sentimos revolta e, por alguns minutos, o odiamos.
Idolatramos nosso astro favorito na juventude. Formamos fã-clube e trocamos figurinhas. Discutimos sobre sua vida artística e amorosa e ao primeiro “vacilo” que ele dê numa entrevista sobre seus próprios preconceitos passamos a odiá-lo como quem nunca o amou.
Amamos nossos pais e nossos irmãos e parentes mais próximos por algumas fases da vida e por outras tantas nos sentimos injustiçados por eles, magoados por não termos nossos sentimentos considerados em ocasiões mais voltadas ao bem comum da família.
Tantas vezes vemos amigas inseparáveis passarem a se odiar por ciúme de uma terceira nem tão amiga que se aproximou.
Todos temos um histórico de gostar e desgostar de um mesmo político que numa hora diz que vai nos beneficiar e logo em seguida deixa de cumprir a promessa. Um verdadeiro vai e vem de amor e ódio.
Minha maior experiência com amor e ódio foi em relação à melancia, que de tanto adorar devorei gulosamente uma enorme. O mal que passei, e quase morri, me fez odiá-la a ponto de não suportar sequer a presença dela na mesma sala que eu.
Passar tão rápido do sentimento de amor ao ódio só se explica pelo fato de serem divididos por um muro de palha que se queima com qualquer fagulha.