"EINE MOMENT BITEN"


Não sei falar uma palavra de alemão, mas um dia, há muito tempo, fiz uma viagem à Europa e fui com o marido, recem casada e, lá em Paris nos encontramos com meu irmão Gabriel e eles planejaram uma viagem num, carro alugado. Tudo foi  + ou - bom ou ruim, nem sei dizer.

Gabriel escolheu a Normandia para me mostrar, ele sabia que eu era encantada com este lugar. Eles dirigiam. Eu ia c/ eles, esta é a verdade. Pela beira da estrada, plantações imensas de uvas, não custava dar um,a paradinha e colher um cacho e saborear no local... mas quem podia!? só se fazia o que eles queriam.  Louca por uvas começou a frustração . Chegamos a um lugar pequeno no interior e tinha uma feira livre, parecida até com as nossas e aí eu queria porque queria comprar um cacho de uvas para chupar, não aguentava mais de insatisfação. e eles riam e não deixaram, isto é, não pararam o carro.

Fizemos um belo passeio, mas eu não estava alegre, aproveitava a viagem conhecendo aqueles lugares lindos de passagem.
não é o meu estilo de passear e viajar, Onde gosto paro.  eles nem notaram que eu já estava desgostosa.

E Gabriel queria estar de volta a Paris e entregar o carro. E assim foi. Despedimo-nos dele. E seguimos, acho que de trem para Suiça.
Lá chegados não saíamos da estação, sentados num banco esperando informações de hoteis,ônibus e viagens. nenhum dos dois falava alemão e lá usavam mais o alemão que o francês, onde eu poderia me livrar.

Com custo conseguimos um hotel e um ônibus p/ uma excursão a Zurick e um lugar de neve chamado Sustenpass. Aliás belíssimo tudo lá. O marido se virava no ingles e conseguíamos ir em frente.

Mas em determinado momento, nosso ônibus parou junto a uma ferrovia cheia de vias e ficou bastante tempo ali. Meu companheiro resolver sair e atravessar as linhas para não sei o que por lá. e demorava, e comecei a ter medo de ficar sozinha. Este marido não foi uma coisa boa e me dava muita insegurança. Demorei um bom tempo até entender que eu é devia dar as rédeas da nossa vida. mas naquele momento, o ônibus resolveu que ia embora. Ai, pavor...

Tentei explicar em francês que o marido estava lá longe nas vias férreas. O francês não adiantava, ali era falado o alemão. O motorista ligou o carro e ninguém entendia o que eu dizia já co aflição.

Levantei e fui até ao meio do ônibus e gritei, nem sei como sairam aquelas palavras de mim
"EIN MOMENT BITEN, EINE MOMENT BITEN!!!"
 aÍ ELES ENTENDERAM, DEVO TER FALADO ERRADO, MAS O SUFICIENTE P/ ELES TODOS ENTENDEREM QUE ERA PARA ESPERAR O COMPANHEIRO QUE EU APONTAVA P/ O LUGAR!. E esperaram e, quando ele entrou no carro com cara de inocente e eu de desepero foi uma gargalhada geral até chegar a Sustenpass!

Este momento de terror e desamparo que virou cômico ficou marcado e peguei a mania da falar bem alta em casa quando corria p/ fazer alguma coisa ou atender a porta p/ um visitante estas palavras que para mi significava, " um momento por favor, espere um momento!"