Onde está o humor Gráfico?
O humor gráfico está desaparecendo? O cartum, a charge, os quadrinhos perderam o seu potencial nesse meio de expressão de viés computacional? Teria a pornografia na web substituído a idéia de liberdade que antes abrigava os grafistas de cunho humorístico? Uma sociedade sem humor é uma sociedade condenada a tirania da mediocridade.
Certo declínio do processo de impressão estreitou os limites de alcance para consumo. Logo em seguida a ausência do elemento surpresa num ambiente de geração constante de imagens enfraqueceu a dinâmica produtiva, desvalorizando ao máximo a criação de imagens de conteúdo libertário. Há pouco trabalho disponível para cartunistas, por exemplo. O grande convite (risível) é de exposição gratuita. Tenho comigo que a idéia da liberdade inquestionável atualizada submeteu-se ao ambiente da Web de tal maneira que sufocou a natureza da sua própria especulação. Há um grande perigo nesta dura realidade. Até agora há poucos esforços para se rir do computador e suas técnicas de isolamento com sensação de coletividade. A manifpulação do campo ótico tornou-se o mundo novo, nem sempre admirável.
O humor moderno televisivo desajeitado vacila entre ser vulgar e reflexivo ao mesmo tempo. A nova fixação de máquina ainda não produziu uma trancendência e isto tem debilitado as mentes mais animadas a contraposição do grande fluxo da nova linguagem de prestígio. Tenho receio de que a seriedade espartana comece a produzir o banimento do espírito crítico oriundo dos reflexos mais rápidos da comédia. A cumplicidade precisa ser plena em grupo para se firmar sobre o desgaste do tempo em que se determina uma ilusão conectável. Conecção na maior parte das vezes é aceitação digital, portanto o inverso da resistência; daí a razão dos moralistas mais sisudos a em verificar identificação do usuário com o objeto das pesquisas, quando existe apenas conexidade. E parece que venceram sob o ponto de vista da legislação...
Observo no comportamento geral que já não se espera mais um grande observador para criações sensíveis em nosso ambiente diário. Para a mentalidade comum todas as imagens são para um “fluxo abrangente”, e, assim, nada melhor do que dar pouca importância ao que se tem produz próximo de nossos olhose. Essa indiferença é reflexo da dominação. Uma alienação com base na mais falsa subjetividade cultural que a cada um parece preencher como satisfatório. A originalidade cabe apenas no delirante ídolo, economicamente recompensado, aquele que vive e sublima os demais insatisfeitos. A inteligência é aquela que está sendo veiculada dentro dos meios artificiais com êxito financeiro.
A verdade subliminar que está no humor ainda não produziu leituras sobre a amplitude desse novo efeito gráfico de máquina. Onde o valor facial é negado e sugado ao mesmo tempo no ritual da mesma dose. Toda imagem ganhou a força de um ícone seco como uma pintura sem título para cegos. O humor é uma sensação profunda de imagem fugidia sobre todos os assuntos do mundo detectados num só instante. Esse momento convertido pela máquina resume todos os assuntos em imagens progressivas e fugidias. No entanto é preciso redarguir para reeencontrar um espaço cômico neste ambiente estreitado.
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