Relaxa mulher, capitulo 2

***

Olá amiga, prazer, meu nome é Luiza, mas todos me chamam de Lu, ah, não repare a bagunça em cima da mesa, hoje é dia de descontração. Fique á vontade, foi tudo preparado com carinho, uns bolinhos são caseiros preparados por nós mesmas outros pegamos na padóca, mas estão uma delícia.

Acredito que quando somos jovens sonhamos com o príncipe encantando, mesmo que não os denominamos assim, sofremos com sua ausência.

Queremos encontrar um cara perfeito, companheiro, carinhoso, engraçado e romântico. Essa pessoa quando aparece em nossa vida nos leva ao mundo dos sonhos, nos divertindo, conversando sobre nossas marmotas da infância. Tudo é tão prazeroso com a imagem dessa pessoa em nossa mente 24 horas por dia.

Por algum motivo a admiramos, seja pela sua beleza, inteligência, sutileza, suas aventuras e experiências de vida, sonhos ou pelo seu jeitinho de ser. E esse clima vai levando a um encanto, paixão e romance.

Quando o rapaz já tem uma estrutura financeira tranqüila, o casamento é mais planejado ou nem acontece, devido à insegurança e falta de amadurecimento de ambos.

Quando o rapaz ainda esta estudando e iniciando sua vida profissional, temos a esperança que ele certamente se tornará um grande sucesso e nos dará uma vida de rainha. Muitas vezes até lutamos e sofremos juntos com eles para que o sucesso chegue mais rápido. Nesses casos esquecemos a nossa profissão e de nossos ideais. Poucos são os casos de casais de sucesso, pois na maioria das vezes o envolvimento do relacionamento com o negócio acaba em disputa por poder, decisões, e principalmente por problemas financeiros.

Quando ocorre esse estágio, o relacionamento já foi por “água abaixo”. O que fica mesmo é o ódio mútuo. A separação vem a somar com os ônus advocatícios.

No casamento, muitas vezes a mulher se vê obrigada a deixar sua profissão para cuidar da reforma da casa, do bebê, e dos afazeres domésticos. Ao longo do tempo uma grande frustração vai surgindo, quando percebe que seus ideais de vida estão cada vez mais longes e quase impossíveis de se alcançar.

Em casa muitas vezes são obrigadas a fazer o que não querem, contaminam as refeições preparadas com ódio, ansiedade e dúvidas. E essas energias são passadas a família, que podem ter problemas de saúde, brigas na escola, no serviço etc.

Não quero falar mal da dona de casa que na minha opinião é um ser incrível. Mas a família também é culpada em deixar toda a responsabilidade em suas costas.

Mas, infelizmente essas mulheres não são valorizadas pelo marido como deviam ser. São maltratadas com palavras, desprezadas e muitos casos piores, agredidas e mortas.

Pode parecer assustador, mas, é a realidade antes camuflada e que agora esta ao alcance.

Já as mulheres donas de casas apaixonadas pela vida fortalecem seus esposos a alcançar uma estabilidade e sucesso profissional, são elas que preparam a refeição geradora e mantedora de energia, são elas que organizam a casa e a mantém limpas, criam as crianças, fazem compras, e ainda ficam bonitas para o marido a noite. Criadoras de climas estáveis, equilibrados, saudáveis para geração de idéias e prosperidade.

Então se pode ser feliz assim, por que será que as mulheres modernas não querem ser somente donas de casa? No desejo de obter uma lingüiça, o peso de levar o porco inteiro seria má idéia. E muito menos pensam em filhos. Talvez, porque já ficou marcado na história de suas mães, vós, tias etc. Que muitas no fim da vida acabam na pior, com processo de divórcio, onde aquele príncipe encantado virou um sapo enjoado, com uma mulherzinha mais enjoada ainda.

Esse príncipe a quem nos prometeu uma vida de sonhos conseguiu destruir um lar com filhos revoltados, que por sorte podem ter um futuro bom, quando não caem nas drogas, na violência, já as meninas podem se tornar obesas, magérrimas ou garotas fáceis, ou encontrar um empreguinho deprimente.

E nesse momento o que resta é o arrependimento de se anular e ter lutado tanto do lado de uma pessoa que parecia se conhecer e o pior mesmo, esquecer e ter abandonado os pais já falecidos a quem poderíamos recorrem um colinho.

Passados uma vida inteira em função dos outros para acabar sozinhas, doentes e tristes, vulneráveis a assaltos e aguardando a morte chegar.

Apesar de ter um companheiro a quem amamos, temos filhos, sorrimos e choramos. Eles não nos pertence. A mente do homem é muito diferente da nossa. Portanto, nunca viva em função da vida de ninguém a não ser que seja ao seu benefício. Estude sempre, tenha uma profissão, seja vaidosa, cuide-se, exercite-se, mantenha seu corpo e sua saúde em ordem.

Se o objetivo for mesmo viver em função da família, e tem sim mulheres que encontram prazer nesta vida. Aconselho que faça com intensidade, não hesite, não olhe pra traz, nunca se arrependa de nada, lute como uma leoa protegendo seus filhotes, e quando ver seus filhos e netos bem, agradeça ao invés de criticá-los por não visitarem sua casa. Seja feliz mesmo com o velho ranzinza do seu lado, lembre-se do dia em que se conheceram, do primeiro olhar, quando as mãos se tocaram, os corpos se uniram e um beijo foi firmado.

Mas, como malho muito e hoje não estou de dieta, posso abocanhar esse pedaço de bolo de chocolate, e Malu, porque não vai contando para nossa amiga aquele episódio em que teve que aconselhar uma amiga traída?

Adriana Pueblo
Enviado por Adriana Pueblo em 30/11/2010
Código do texto: T2645913
Copyright © 2010. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.