E não é que ele tinha razão...
Demorou 41 anos, mas finalmente encontrei o local onde os astrounatas da Apollo 11 fizeram aquela simulação mais que perfeita.
A verdade nua e crua é que pude comprovar com meus próprios olhos que eles não precisaram ir à Lua enfrentar o tatatatataraneto do dragão que, como todos sabem, foi morto por São Jorge mas que deve ter deixado uma extensa filharada, prolífico como os dragões sabem ser (pois além do charme natural, usavam um argumento imbatível para convencer as dragoas: sua capacidade de emitir chamas pela bocarra ou narigão em caso de uma inicial recusa...).
Tinha um amigo que nunca se convenceu de que Neil Armstrong e Edwin Aldrin pisaram em solo lunar, que só mesmo um ingênuo para acreditar naquela bobagem e, para justificar, dizia: - "Deve ter algum lugar do planeta com essas características".
E ele tinha razão: é no deserto do Atacama, no Vale da Lua.
Mas, deixando a seriedade de lado, eu chamei o Leo Della Volpe para me acompanhar e, mesmo com alguma relutância dele e minha, fomos no último feriado prolongado com a Lúcia ao Atacama, no Chile, o mais alto e árido deserto do mundo.
Chegar lá é uma maratona que faz desistir os menos dispostos e não tão afeitos aos prazeres viajores (como o Leo e eu, que estamos bem acostumados pois só viajamos a trabalho): Curitiba/São Paulo/Buenos Aires/Santiago/Calama. Ufa! Mas não acabou. Mais 2 horas até São Pedro do Atacama, uma "metrópole" de 2.000 habitantes, a 2.600 m de altitude no meio do nada, cercada por muitos vulcões (alguns ativos!) e com uma paisagem diferente de tudo o que já tínhamos visto.
Tudo em tom de rosa e terra: as pedras, a areia, as lhamas cuspidoras e sua absoluta falta de educação, as formações milenares que se alteram continuamente pela ação do vento, o vazio do frio, as vans do Hotel, o povo, tudo...
Outro chá de coca, outras 2 horas para o Norte e para o alto. Lá em cima do mundo a 4.300 m, guardadas pelos ameaçadores e imponentes vulcões mas abertas em sorrisos magnificamente azuis, as Lagunas de Miscanti e Miniques, seus flamingos, suas vicunhas e seu ar mais que rarefeito.
Essa altitude serviu também para confirmar agradecido que já não tenho a menor sequela daquele Maio distante, que cada vez se torna prá mim só mais um mes no calendário.
O meu amigo tinha razão. E a Lúcia também...
Demorou 41 anos, mas finalmente encontrei o local onde os astrounatas da Apollo 11 fizeram aquela simulação mais que perfeita.
A verdade nua e crua é que pude comprovar com meus próprios olhos que eles não precisaram ir à Lua enfrentar o tatatatataraneto do dragão que, como todos sabem, foi morto por São Jorge mas que deve ter deixado uma extensa filharada, prolífico como os dragões sabem ser (pois além do charme natural, usavam um argumento imbatível para convencer as dragoas: sua capacidade de emitir chamas pela bocarra ou narigão em caso de uma inicial recusa...).
Tinha um amigo que nunca se convenceu de que Neil Armstrong e Edwin Aldrin pisaram em solo lunar, que só mesmo um ingênuo para acreditar naquela bobagem e, para justificar, dizia: - "Deve ter algum lugar do planeta com essas características".
E ele tinha razão: é no deserto do Atacama, no Vale da Lua.
Mas, deixando a seriedade de lado, eu chamei o Leo Della Volpe para me acompanhar e, mesmo com alguma relutância dele e minha, fomos no último feriado prolongado com a Lúcia ao Atacama, no Chile, o mais alto e árido deserto do mundo.
Chegar lá é uma maratona que faz desistir os menos dispostos e não tão afeitos aos prazeres viajores (como o Leo e eu, que estamos bem acostumados pois só viajamos a trabalho): Curitiba/São Paulo/Buenos Aires/Santiago/Calama. Ufa! Mas não acabou. Mais 2 horas até São Pedro do Atacama, uma "metrópole" de 2.000 habitantes, a 2.600 m de altitude no meio do nada, cercada por muitos vulcões (alguns ativos!) e com uma paisagem diferente de tudo o que já tínhamos visto.
Tudo em tom de rosa e terra: as pedras, a areia, as lhamas cuspidoras e sua absoluta falta de educação, as formações milenares que se alteram continuamente pela ação do vento, o vazio do frio, as vans do Hotel, o povo, tudo...
Outro chá de coca, outras 2 horas para o Norte e para o alto. Lá em cima do mundo a 4.300 m, guardadas pelos ameaçadores e imponentes vulcões mas abertas em sorrisos magnificamente azuis, as Lagunas de Miscanti e Miniques, seus flamingos, suas vicunhas e seu ar mais que rarefeito.
Essa altitude serviu também para confirmar agradecido que já não tenho a menor sequela daquele Maio distante, que cada vez se torna prá mim só mais um mes no calendário.
O meu amigo tinha razão. E a Lúcia também...