Uma crônica de Maria de Jesus Fortuna

Entrem no link de Maria de Jesus Fortuna, vale a pena!

sábado, 27 de novembro de 2010

artes e artes

http://arteseartesmjfortuna.blogspot.com

Conheci Eliane Accioly, psicanalista, poeta e artista plástica, nas minhas viagens pela internet. Na verdade foi a REBRA, rede de escritoras brasileiras, fundada por Joyce Cavalccante, que me propiciou esta aproximação feliz.

Encantou-me a criatividade manifestada em seus textos, cheios de realismo e ternura, como o drama das marés iluminadas pela lua cheia e, sobretudo, a postura de quem, diante de si mesma, se diz aprendiz:

“Cada aprendizagem um processo envolto em sentimentos, sensações, emoções. Minhas pegadas e marcas neste mundo. As marcas e pegadas de toda a humanidade em mim. Em cada micro aprendizagem o processo do risco e da magia de estar humana.”.

Esta celebração, no encontro, acontece cada vez que a gente encontra alguém falando nosso código ou linguagem. Assim começamos a nos enviar, mutuamente, e-mails que assopravam, aos poucos, a areia que cobria nossas identidades e íamos nos desvendando como conchas recém-descobertas, até então mergulhadas na areia de uma praia desconhecida. Afinal eu estava no caminho certo ao procurar alguém que afirma que “a arte é um jeito de conhecer e estar na vida”.

Fomos desenterrando as lembranças das nossas incursões pelos caminhos da arte. Uma hora a gente descobriu que curtia coisas semelhantes; em outra começamos a enviar, uma à outra, textos que guardávamos na gaveta, durante anos, para que fossem lidos e comentados por ambas. Tem sido assim desde então.

Descobri, em suas histórias, o espírito ancestral, mineiro e brasileiro, que iluminou Guimarães Rosa e que, uma vez lendo qualquer de suas obras, caio em encantamento tal como acontece quando ouço os sons da Festa do Divino ou contemplo algum quadro de Dali ou Portinari.

Os Atravessadores foi outra história...

Frequentando o seu blog, dei com fotos destes personagens coloridos que se movem no espaço expressando sentimentos. Não consegui perceber logo o que se passava, mas agora cada vez me encanto com suas novas posturas. Vejamos o que está escrito em seu blog sobre eles:

São seres cujos corpos são feitos de fios os mais variados: alumínio, plástico, novelo de lã, arame, cobre, fios afetivos, e ainda linhas de desenhos.

Eles andam em bandos, e nunca sozinhos.

Não são seres individuais, mas coletivos.

Os Atravessadores se manifestam nas mais diferentes formas. Podem aparecer como humanos, animais, anjos, demônios, ou como os ETs de Varginha. Esses seres pensam, sentem, constroem mitos e filosofias, são poetas, e têm olho de recém nascido. O mundo que os cerca está pronto há milênios, mas em cada olhar, para eles, um mundo novo se revela.

Os Atravessadores surgiram primeiro em desenhos, artesanais e outras artes plásticas, as palavras e textos são posteriores.

Por aí esta artista se expressa com formas e coloridos que, por si mesmos, contam a história do que vem se manifestando, através do tempo, no coração da gente. Em nossas longas travessias, que deixam pegadas e marcas.

Fico imaginando, em minhas utopias, o que representa para as pessoas uma artista tão inovadora, praticando a psicanálise. É da gente ter esperança!

Vai acontecer uma exposição dos seus quadros dia 01 a 07/12 de 13 as 18,00 hs no Espaço Contraponto - rua Medeiros de Albuquerque, 55 - vila Madalena - São Paulo - SP

Ótima oportunidade para conhecer suas obras