Quem se lembra disso ?
O campeonato Paulista de futebol provou que o futebol não tem lógica. Em 1950 provou isso com sobras. Se não bastasse termos perdido a Copa do Mundo para um Uruguai que vinha chegando às finais sem convencer a ninguém, e o Brasil, depois de golear a Suécia e a Espanha era o superfavorito.
Mas falando de campeonato paulista, o São Paulo F. C. vinha de um bicampeonato, 1948 -1949, onde jogou quase todas as partidas assim, nos dois campeonatos: Mário, Savério e Mauro; Bauer, Rui e Noronha; Friaça, Ponce de León, Leônidas, Remo e Teixeirinha.
No campeonato de 1950 Leônidas havia parado. E Remo, o grande meia armador, também não jogou e seus substitutos não estavam a altura dos craques que pararam. Mesmo assim, o São Paulo ia caminhando em direção ao tricampeonato.
No primeiro turno o São Paulo venceu o Guarani F. C. por 10 x 0, dando mostras de sua força. Nesse dia o São Paulo jogou com Mário, Savério e Mauro; Bauer, Rui e Noronha; Friaça, Ponce de León, Augusto, Leopoldo e Teixeirinha. O Guarani formou com Arlindo, Orestes e Edmundo; Geraldo, Santo Antônio e Alcides; Bota, Renato, China, Piolim e Ismar.
Os gols foram marcados por Augusto (5), Leopoldo (3) e Teixerinha (2). O Juiz foi Mr. George Deakim, da Inglaterra. Porém, esta goleada não foi suficiente para dar o título ao São Paulo, pois ao faltarem quatro rodadas para o encerramento do campeonato, o tricolor estava três pontos à frente da S. E. Palmeiras e o São Paulo não venceria mais nenhuma partida, como veremos a seguir:
Guarani 2 x 2 São Paulo, o juiz foi o inglês Mr. Alwin Bradlei. O Guarani formou com Arlindo, Herberte e Edmundo; Geraldo, Santo Antônio e Alcides; Bota, China, Renato, Piolim e Perruche. O São Paulo jogou com Poy, Savério e Mauro; Bauer, Alfredo e Noronha; Dido, Friaça, Augusto, Leopoldo e Teixeirinha. Gols: para o São Paulo, Dido e Augusto, e para o Guarani, Perruche e China.
A partida seguinte foi contra o C. A. Ypiranga, no Pacaembú. O tricolor era franco favorito, mas não deu a lógica. O Ypiranga venceu por 2 x 1, com a arbitragem do inglês, Mr. Harri Rowlei. Os gols foram de Paulo e Bibe para o Ypiranga e Leopoldo para o São Paulo. Os quadros foram os seguintes: Ypiranga: Osvaldo, Giancóli e Homero; Gonçalves, Reinaldo e Belmiro; Bueno, Servilho, Liminha, Bibe e Paulo. O São Paulo formou com Poy, Savério e Mauro; Bauer, Alfredo e Noronha; Friaça, Dido, Augusto, Leopoldo e Teixeirinha.
No outro jogo do São Paulo, também no Pacaembú, o tricolor foi vencido pelo Santos F. C. por 2 x 1, com gols de Friaça para o tricolor e dois de Odair para o Santos. No apito o inglês Mr. Alwim Bradlei. Os quadros foram a campo assim: São Paulo - Poy, Savério e Mauro; Bauer, Alfredo e Noronha; Dido, Friaça, Ponce de León, Leopoldo e Teixeirinha. Santos – Leonídio, Hélvio e Expedito; Nenê, Paschoal e Ivan; 109, Antoninho, Nicácio, Odair e Alemãozinho.
E chegávamos à última rodada, com o tricolor precisando vencer o Palmeiras, que vinha colado ao São Paulo, um ponto à frente. Mas o final foi dramático para o Palmeiras. O empate servia ao alviverde e realmente aconteceu, no Pacaembú lotado. São Paulo 1 x 1 Palmeiras.
Teixeirinha, logo aos 3 minutos de jogo fez 1 x 0 para o tricolor. E quando os são paulinos já festejavam o título, Achiles, aos 20 minutos do segundo tempo, empatou a partida. E ai Oberdam segurou tudo e quando Mr Alwin Bradlei encerrou a partida, o Palmeiras era o campeão, totalizando 32 pontos, contra 31 do São Paulo.
O Palmeiras formou na final com Oberdam, Turcão e Palante; Valdemar Fiume, Luiz Villa e Sarno; Lima, Canhotinho, Achiles, Jair e Rodrigues. O São Paulo recuperou o grande “Napoleão”, como o jogador Remo era chamado, mas ele não conseguiu arrumar a linha tricolor, apesar de ter jogado uma grande partida.
O São Paulo formou com Mário, Savério e Mauro; Bauer, Alfredo e Noronha; Dido, Friaça, Leopoldo, Remo e Teixeirinha. Por isso a lógica, por muitas vezes, não funciona no futebol.
O São Paulo tinha tudo para ganhar o título. Perdeu pontos para Guarani, Ypiranga e Santos e não conseguiu superar o Palmeiras. Em Campinas um grande foguetório foi ouvido, lembrando da goleada imposta ao bugre pelo São Paulo.
Assim, essa foi a história do certame paulista de 1950.