PAZ PARA O RIO DE JANEIRO
É no mínimo louvável a atuação das polícias no Rio de Janeiro nesta guerra contra o tráfico. Mesmo a Polícia Militar, sempre tão duramente criticada por seus atos têm uma participação fundamental no apoio as tropas federais que aqui estão.
Que existem nas polícias os maus policiais isto todos nós já sabemos e faz tempo, mas sempre acreditei que eles são, de fato, minoria.
Aliás, maus elementos temos em quaisquer atividades profissionais.
Maus médicos, maus engenheiros, maus juízes, maus advogados e maus políticos. Não seria diferente com a Polícia Militar do Rio de Janeiro.
O trabalho dos bons policiais do Rio de Janeiro é de extrema importância para as tropas federais que aqui estão. As tropas militares com toda a formação que possuem e trazem para o nosso estado, na verdade não tem a experiência necessária no combate a este tipo de crime urbano, portanto, ponto para a polícia carioca, pela bravura ao longo de todo esse tempo e pela experiência adquirida no duelo com o tráfico.
Quantas vezes nos deparamos com cenas engraçadas, senão trágicas, do pobre policial militar munido com seu “estilingue” enfrentando um arsenal de guerra em poder da bandidagem, isso sem contar com os “possantes” carros do tipo Gol usados na perseguição aos criminosos. É como se a polícia fosse o Rubinho Barrichello a bordo de um carro de fórmula 1 tentando perseguir o facínora Michael Schumacher.
A ação coordenada pelas polícias em torno dos redutos do tráfico é digna de todo o aplauso.
Estratégica acima de tudo e não uma simples troca de tiros como se essa “guerra” fosse um daqueles horrorosos joguinhos de videogame.
A idéia, me parece, é a de encurralar os marginais no menor espaço possível e depois, sem alarde, efetuar a prisão de todos eles.
Ultrapassada a fase da prisão vem a parte mais difícil de todas.
Levar toda essa corja para os presídios federais de segurança máxima é, de fato, o que se deve fazer. Mas convém lembrar que estes nossos presídios de segurança máxima, oferecem também, regalias máximas aos que lá estão.
Todas as ordens para que se instalasse o terror na cidade, partiram de dentro destes presídios.
Afora isto, ainda precisamos torcer para que nenhum mau juiz resolva por em liberdade alguns dos presos sob alegação de boa conduta ou por uma dessas leis absurdas que faciltam sua soltura.
A receita o marginal já sabe: compra uma Bíblia, sai pregando por todo o complexo penitenciário e consegue a sua absolvição.
O assassino frio e delinquente deu lugar a um singelo pastor e por isso merece de um juiz qualquer e tão delinquente quanto, a sua liberdade.
Penso que há uma urgência urgentíssima de rever todas as nossas leis, principalmente essas a que um mau juiz recorre para por em liberdade um sujeito que jamais deveria sair da prisão.
Certa vez um poeta aqui do Recanto deixou na minha escrivaninha o seguinte comentário: "a poesia deve ser livre e pode e deve muitas das vezes, ficar acima de qualquer rigor formal".
Penso que assim também deveria ser a decisão de um juiz. Aplicar a lei, contudo, preservar o bom senso acima de qualquer coisa.
Se for simplesmente para ler um texto não precisamos de juiz. O que nos diferencia, creio, é a capacidade que se deve ter entre o interpretar a lei e preservar a ordem.
Seria mais simples essa tarefa se o nosso código penal não tivesse sempre na linha seguinte a da lei que permite prender uma outra linha iniciando com "Entretanto..."
Esse entretanto, contudo, todavia, é o trunfo que permite as desastradas decisões da nossa justiça. Trunfo não, é o grave erro.
Por fim, é esperar que todas essas ações estabelecidas no Rio de Janeiro não sejam apenas por conta dos eventos esportivos que patrocinaremos nos próximos anos.
Uma última observação e desta vez diretamente aos nossos maus policiais:
Todas aquelas motocicletas apreendidas na operação realizada, apareceram em imagens da televisão, portanto, é bom que os senhores não subtraiam qualquer parte delas para benefício próprio. Os legítimos donos daqueles veículos agradecem.
O Rio de Janeiro espera a prisão de todos os bandidos, fardados ou não, e a paz definitiva.