IN MEMÓRIA: MARIA DA CRUZ ROCHA
Professora ZINHA
O quê dizer de um povo que ignora o seu passado; o que dizer das gerações que deixam ser desfeito o vínculo das décadas que se foram e não percebem o suicídio cultural que praticam, matando pedaços de si mesmo a cada dia!.
O passado nada mais é senão um espelho onde se refletem atos e fatos de vidas passadas, que agem na vida presente, trazendo luz diante das incertezas. As pesos inteligentes aprendem com os erros e com os acertos dos outros e a fonte dessas informações não está no futuro, mas sim no passado. O passado tem um papel fundamental no desenvolvimento de um povo e no desempenhado do presente que se renova a cada dia, rumo a um futuro vitorioso. O sucesso ou o fracasso não são méritos ou deméritos de seus autores; o passado se constituem de lições sabias, por vezes encontrados em fatos isolados, que caem de forma instantânea sobre nossas cabeças, esclarecendo através das informações obtidas; O passado é uma trilha cujos espinhos não hão de ferir, aqueles que olhando atendo as pegadas dos que por alí passaram. Que outro objetivo teriamos na vida, senão viver!! a forma de viver é que se torna escolha pessoal de cada indivíduo; diante das milhares de opções de viver. A vida é bonita, é bonita e é bonita, já dizia o saudoso Gonzaguinha, mas isso é exclusividde daqueles que sabem como viver esta poesia que se torna a vida. Não há como viver o futuro, sem antes ter um passado e um presente e como omitir essas fases vitais ? é como se querer viver, sem ter no peito pulsando um coração cheio de virtudes e vitalidade.
Equecer os nossos velhos, sejam eles pais, tios, amigos, personalidades no contexto de uma comunidade, é ignorar a si mesmo. Não nascemos velhos e nos remoçamos a cada dia que se passa; seria maravilhoso se a vida fosse inversa; mas sabemos que nos tornamos como crianças, quando ficamos velhos; requeremos coidados, paciência.
A História da humanidade reflete isso muito bem o pensamento de um autor, que fico devendo o nome, mas é por demais sábio o seu pensamento, neste instante muitíssimo aplicado ao meu povo:
AQUELE QUE NÃO APRENDE COM O PASSADO, SERÁ INEVITALMENTE PUNIDO NO FUTURO.
Isso já é uma realidade na sociedade, na política e pasme, nas escolas de minha amada Correntina.
Enquanto outras comunidades se dedicam a pesquisar suas origens; registrar depoimentos, vídeos, vejo o povo de minha terra tomar o caminho contrário as coisas óbvias; é claro que existe exceções, mas o fato torna-se preocupante quando assistimos os jovens, feito manadas, tomarem o caminho em estouro, envolvidos por ondas momentânea, poeira anti-social que uma vez assentada, os mostrará que não chegaram a lugar algum. Em minha última visita a Correntina indaguei a um jovem, com quem por um acaso falava, se ele conhecia alguns dos nomes que citei, de algumas das mais significativas personalidades do nosso contexto e sua resposta rude foi o retrato da realidade hoje assistida, nas ruas e nas escolas de Correntina:
- e e e cara! Era gente daqui?
e ao dizer de quem se tratava, pasmei ao ouvir outra aberração:
- “nada haver cara, hoje é outra meu ! a vida caminha pra diante, cê sabe que quem gosta de passado é museu!”.
e afastou-se como um energúmeno.
Realmente, Correntina não tem museu; apenas uma precária biblioteca, que não fechou as portas, graças a raça e a determinação da Profa. Aldeir Alves de Araújo e sua memória está sendo apagada a cada amanhecer.
Do diário de Dr. Lauro Joaquim de Araújo, num certo dia do mês de dezembro de 1970 ele escreveu:
“Será SE algum dia as gerações do século XXI se debruçarão sobre as páginas da história, para conhecer a vida das figuras representativas da sociedade, no século que em breve finda? Será que... (05 de julho de 1984)
Dr. Lauro J. Araújo - O Prefeito do século - visita cachoeira onde contruir primeira Hidro eletrica de Correntina 1952
Infelizmente o temor do grande médico e político Lauro Joaquim de Araújo concretizou, diante da indiferenças de nossos jovens, para com os vultos históricos, personalidades de nosso dia a dia. É exatamente o que hoje ocorre; e a culpa não é apenas deles; talvez sejam os menos culpados e na ordem de culpa, condena-se os políticos, veredores e prefeitos, em nosso caso específico e depois os professores da atualidade, pela falta de estímulo.
Enquanto o Rio de Janeiro sofre o desgaste provocado pela violência do tráfico, Correntina sofre uma calamidade historica, causada pela ignorância cultural de suas autoridades; o que levaria o Chefe Executivo de um municipio preocupar-se com cultura, história, quando isso são parcelas que não se somam em seu currículo! A realidade de descaso dos últimos prefeitos, incultos na própria natureza, que acabam atribuindo autoridade, um secretariado que segue a mesma linha agreste, inculta, que por sua vez completa o extermínio, quando deixam de promover as tradições, todas já mortas; o que acaba por apagar todos os vestígios de uma história que clama por ser contada, escrita, discutida.
Pedro Guerra Mj. Felix J. de Araújo Raimundo M Costa.
Será Se minhas palavras um dia repercutirão nas salas de aula; nos bate papos das esquinas e botequim? Será se nós escritores, poetas, artistas, músicos, seremos lembrando por todo esforço em levar mais adiante, no tempo, o pouco que sabemos de nós mesmos? Nunca me canso de lê a magnífica obra do poeta, jornalista Helverton Valnir, o filho de Vecinho e Zenilda, que realizou o melhor trabalho literário de nossa história; que superou os obstáculos da indiferença cultural que já nos atinge; como a droga que atingiu em cheio a sociedade correntinensa; principalmente se levarmos em conta a ausência de muitas de nossas figuras representativas do século passado. Quem se importa em saber de Dr. Guerra a Guerra Neto, de Elias a José França? Quem se interessaria saber de Major Felix Joaquim de Araújo, ALdegundes, Lauro? Quem se interesaria saber quem foi João de Castro Rego, Manoel Vieira, João de Atílio, Antônio Nascimento, João Diamantino, Valderina Costa ou alguns desses bravos resistentes que ainda conosco vivem: Liosírio Ferreira; Vanderlino Araújo, Dona Vandinha Alves, Clarice Santos, Énoe Araújo, Adélia Ferreira; tantas e tantos outros! Quem ainda se importa com os excêntricos heróis que fizeram a alegria de nossa infância, Raimunda Raposa, Cebola. Dió!!!!
Quem se importou ou importará em saber da Professora Zinha à Terezinha Binga; se o passado morre a cada dia, na mente do povo e com ele morre também toda nossa história? Estamos nos tornando um povo sem identidade.
Há quanto tempo em exílio distante, silenciaram-se os poetas Teoney Guerra, Aloísio França, Henrique Costa e outros que algum lugar distante vivem, a amargura de um exílio imposto pela indiferença popular a sua própria gente! Sou um dos poucos que insiste, teima em querer acordar quem em berço profundo dorme o sono dos mortos, embora vivos. Estou a um passo da desolação, diante da rebeldia e da ignorancia cultural que atingiu nosso povo, cuja sociedade já é morta. Pasmo quando os vejo inertes, tentando como peixes, extraír oxigênio fora d´água, em focos de resistências ocasionais, formados por grupos familiares, que se reúnem em datas tradicionais, para revivem seus aís e com lágrimas cantarem antigas canções a declarar amor eterno a cantarem a eterna valsa Correntina, que ainda sussita paixões, como se o tempo fosse um instante estático no terreiro de uma casa, os risos e lembranças do passado se extravasam...
Ir. Zélia Brandão Raimunda Raposa Profa. Anísia Moreira
Nossas figuras representativas estão partindo para verdadeira eternidade e se foram esquecidas em vida, que diremos após sua morte? Quantos ainda nos restam? Quantas paginas ainda compõe esta história? Quantos sobrevivem ao esquecimento, a ingratidão das gerações mal educadas, por não ter-lhes sido ensinado o valor às tradições, o valor e à importância dos anciões numa sociedade organizada e culta!
Nossos heróis estão morrendo, sem que as pessoas notem a importância de seus feitos, em sua própria história. Se as revoluções do conhecimento e da tecnologia facilitaram, como ferramenta indispensável no desenvolvimento humano, muito por certo não estão sabendo como fazer uso de tanta informação, conhecimento e tecnologia; se acomodam dentro de suas casas e tornam escravos do botão. Basta um power e o mundo se acende diante de nossos olhos e basta um OFF, com a mesma facilidade que se acendeu, apaga-se. Que mundo está assistindo nossos anciões? Por detrás das janelas, entre-abertas eles espiam apavorados com a violência, com as drogras e a corrupção que degeneram a índole, a moral, a alma a vida das pessoas! Que mundo vivem esses jovens e homens públicos, certamente si perguntam e uma dor silenciosa corta-lhes o peito.
São tantas as contradições hoje vividas pela sociedade, que não em muitas das vezes não se sabe distinguir o sagrado e o profano. As escolas ficaram apáticas, antes os professores dominavam, instruíram, batiam se preciso; hoje são dominados, calados e até apanham se tentam ser contrários aos novos tempos. As autoridades que usam os palanques com discursos vazios de idealismo o que mata o porvir, na porta da escola, nos corredores dos hospitais, nas filas do INSS e nos descasos da Segurança Pública. Renova-se as cortes mas nunca muda-se as práticas.
A morte da Professora Mãe-Zinha e sela em mim um marco da indiferença de um povo, para com sua própria história. O texto que eu publiquei na intenet em sua memória, não teve grande numero de acesso, mas teve a participações e comentários importantes internautas, conterrâneos, que comungam comigo dos mesmos pensamentos. Correntinenses e Santamarienses Brasil afora, que se comoveram com a partida de uma grande educadora; entretanto foi na crítica do Biólogo Dr. Weden di Sordi que senti a revolta, pela forma quase imperceptível por parte dos estudantes, autoridades, comerciantes, como se em Correntina tivesse morrido uma pessoa comum; comum pelo aspecto humano, mas uma pessoa nobre, pelos serviços prestados a esta população, por mais de quatro décadas. Já não nos bastou a dor da partida desta inquestionável educadora, soma-se ao fato a dor da indiferença, como tem atualmente sido, com os heróis de nossa terra, que morrem como pessoas que serão enterradas em valas comuns. Sei comentário assim se disse: Mano, Parabéns mais uma vez, pela homenagem dedicada à D. Zinha; que bom que existem pessoas que sabem ser solidárias na alegria e na tristeza. A oportuna homena-gem prestada à família de D. Zinha faz-me lembrar do quanto nossa comunidade se esquece de valorizar aqueles que construíram nossa história. D. Zinha recebeu as homenagens de seus familiares e amigos, mas merecia muito mais; merecia que fosse decretado luto oficial; merecia que as escolas municipais e estaduais se fizessem presente em seu cortejo fúnebre; merecia que os comerciantes tivessem bom senso e fechassem as portas dos seus comércios, enquanto o cortejo fúnebre passava.Talvez não seja questão de bom senso e sim de bons modos, educação e solidariedade a vida de alguém que foi tão importante na educação deste povo; ainda vivemos em uma cidade do interior, ainda conhecemos todas as pessoas daqui e, por este motivo, a nossa comunidade deveria observar, doravante, estes bons hábitos."
Obrigado povo santamariense por nos presentearem com uma de suas raras pérolas, Maria da Cruz Rocha, Dona Zinha; meus pêsames, correntinenses, pela oportunidade perdido, de prestarem justas homenagens aquele que vai continuar sendo um referencial na educação de um povo e parabéns aqueles que tiveram a oportunidade de viver a essência deste áureo momento.
Por estas e muitas outras razões eu me curvo diante do cidadão, correntinense por adoção, agradecido por sua dedicação ao povo que ele, espontaneamente escolhera, para ser seu povo e que através de seu blog (http://gecareis.blogspot.com) não só nos tem mantido informado quanto aos fatos de cada dia do que por lá acontece, mas também não tem medido esforços para socorrer aqueles que busca sua ajuda financeira para divulgar o pouco que ainda resta de nossa história; graças a ele e outros, como Jaime Ferreira, Antonio Magalhães, Lilo Alves; temos mantido o site Recanto das Letras/Flamarion Costa e suas contribuições ajudaram na ampliação de nosso acerto fotográfico que atingiu 60 mil fotografias.
Acorda Correntina; nunca existirá futuro se antes não tivermos um passado... um presente e as personalidades que sabiamente fizeram e fazem, parte dele.
Homenagem in-memoria a Dona Zinha
http://www.recantodasletras.com.br/homenagens/2624636
Resumos biográficos de personalidades correntinenses
http://www.recantodasletras.com.br/autor_textos.php?id=57257&categoria=Q
Professora ZINHA
O quê dizer de um povo que ignora o seu passado; o que dizer das gerações que deixam ser desfeito o vínculo das décadas que se foram e não percebem o suicídio cultural que praticam, matando pedaços de si mesmo a cada dia!.
O passado nada mais é senão um espelho onde se refletem atos e fatos de vidas passadas, que agem na vida presente, trazendo luz diante das incertezas. As pesos inteligentes aprendem com os erros e com os acertos dos outros e a fonte dessas informações não está no futuro, mas sim no passado. O passado tem um papel fundamental no desenvolvimento de um povo e no desempenhado do presente que se renova a cada dia, rumo a um futuro vitorioso. O sucesso ou o fracasso não são méritos ou deméritos de seus autores; o passado se constituem de lições sabias, por vezes encontrados em fatos isolados, que caem de forma instantânea sobre nossas cabeças, esclarecendo através das informações obtidas; O passado é uma trilha cujos espinhos não hão de ferir, aqueles que olhando atendo as pegadas dos que por alí passaram. Que outro objetivo teriamos na vida, senão viver!! a forma de viver é que se torna escolha pessoal de cada indivíduo; diante das milhares de opções de viver. A vida é bonita, é bonita e é bonita, já dizia o saudoso Gonzaguinha, mas isso é exclusividde daqueles que sabem como viver esta poesia que se torna a vida. Não há como viver o futuro, sem antes ter um passado e um presente e como omitir essas fases vitais ? é como se querer viver, sem ter no peito pulsando um coração cheio de virtudes e vitalidade.
Equecer os nossos velhos, sejam eles pais, tios, amigos, personalidades no contexto de uma comunidade, é ignorar a si mesmo. Não nascemos velhos e nos remoçamos a cada dia que se passa; seria maravilhoso se a vida fosse inversa; mas sabemos que nos tornamos como crianças, quando ficamos velhos; requeremos coidados, paciência.
A História da humanidade reflete isso muito bem o pensamento de um autor, que fico devendo o nome, mas é por demais sábio o seu pensamento, neste instante muitíssimo aplicado ao meu povo:
AQUELE QUE NÃO APRENDE COM O PASSADO, SERÁ INEVITALMENTE PUNIDO NO FUTURO.
Isso já é uma realidade na sociedade, na política e pasme, nas escolas de minha amada Correntina.
Enquanto outras comunidades se dedicam a pesquisar suas origens; registrar depoimentos, vídeos, vejo o povo de minha terra tomar o caminho contrário as coisas óbvias; é claro que existe exceções, mas o fato torna-se preocupante quando assistimos os jovens, feito manadas, tomarem o caminho em estouro, envolvidos por ondas momentânea, poeira anti-social que uma vez assentada, os mostrará que não chegaram a lugar algum. Em minha última visita a Correntina indaguei a um jovem, com quem por um acaso falava, se ele conhecia alguns dos nomes que citei, de algumas das mais significativas personalidades do nosso contexto e sua resposta rude foi o retrato da realidade hoje assistida, nas ruas e nas escolas de Correntina:
- e e e cara! Era gente daqui?
e ao dizer de quem se tratava, pasmei ao ouvir outra aberração:
- “nada haver cara, hoje é outra meu ! a vida caminha pra diante, cê sabe que quem gosta de passado é museu!”.
e afastou-se como um energúmeno.
Realmente, Correntina não tem museu; apenas uma precária biblioteca, que não fechou as portas, graças a raça e a determinação da Profa. Aldeir Alves de Araújo e sua memória está sendo apagada a cada amanhecer.
Do diário de Dr. Lauro Joaquim de Araújo, num certo dia do mês de dezembro de 1970 ele escreveu:
“Será SE algum dia as gerações do século XXI se debruçarão sobre as páginas da história, para conhecer a vida das figuras representativas da sociedade, no século que em breve finda? Será que... (05 de julho de 1984)
Dr. Lauro J. Araújo - O Prefeito do século - visita cachoeira onde contruir primeira Hidro eletrica de Correntina 1952
Infelizmente o temor do grande médico e político Lauro Joaquim de Araújo concretizou, diante da indiferenças de nossos jovens, para com os vultos históricos, personalidades de nosso dia a dia. É exatamente o que hoje ocorre; e a culpa não é apenas deles; talvez sejam os menos culpados e na ordem de culpa, condena-se os políticos, veredores e prefeitos, em nosso caso específico e depois os professores da atualidade, pela falta de estímulo.
Enquanto o Rio de Janeiro sofre o desgaste provocado pela violência do tráfico, Correntina sofre uma calamidade historica, causada pela ignorância cultural de suas autoridades; o que levaria o Chefe Executivo de um municipio preocupar-se com cultura, história, quando isso são parcelas que não se somam em seu currículo! A realidade de descaso dos últimos prefeitos, incultos na própria natureza, que acabam atribuindo autoridade, um secretariado que segue a mesma linha agreste, inculta, que por sua vez completa o extermínio, quando deixam de promover as tradições, todas já mortas; o que acaba por apagar todos os vestígios de uma história que clama por ser contada, escrita, discutida.
Pedro Guerra Mj. Felix J. de Araújo Raimundo M Costa.
Será Se minhas palavras um dia repercutirão nas salas de aula; nos bate papos das esquinas e botequim? Será se nós escritores, poetas, artistas, músicos, seremos lembrando por todo esforço em levar mais adiante, no tempo, o pouco que sabemos de nós mesmos? Nunca me canso de lê a magnífica obra do poeta, jornalista Helverton Valnir, o filho de Vecinho e Zenilda, que realizou o melhor trabalho literário de nossa história; que superou os obstáculos da indiferença cultural que já nos atinge; como a droga que atingiu em cheio a sociedade correntinensa; principalmente se levarmos em conta a ausência de muitas de nossas figuras representativas do século passado. Quem se importa em saber de Dr. Guerra a Guerra Neto, de Elias a José França? Quem se interessaria saber de Major Felix Joaquim de Araújo, ALdegundes, Lauro? Quem se interesaria saber quem foi João de Castro Rego, Manoel Vieira, João de Atílio, Antônio Nascimento, João Diamantino, Valderina Costa ou alguns desses bravos resistentes que ainda conosco vivem: Liosírio Ferreira; Vanderlino Araújo, Dona Vandinha Alves, Clarice Santos, Énoe Araújo, Adélia Ferreira; tantas e tantos outros! Quem ainda se importa com os excêntricos heróis que fizeram a alegria de nossa infância, Raimunda Raposa, Cebola. Dió!!!!
Quem se importou ou importará em saber da Professora Zinha à Terezinha Binga; se o passado morre a cada dia, na mente do povo e com ele morre também toda nossa história? Estamos nos tornando um povo sem identidade.
Há quanto tempo em exílio distante, silenciaram-se os poetas Teoney Guerra, Aloísio França, Henrique Costa e outros que algum lugar distante vivem, a amargura de um exílio imposto pela indiferença popular a sua própria gente! Sou um dos poucos que insiste, teima em querer acordar quem em berço profundo dorme o sono dos mortos, embora vivos. Estou a um passo da desolação, diante da rebeldia e da ignorancia cultural que atingiu nosso povo, cuja sociedade já é morta. Pasmo quando os vejo inertes, tentando como peixes, extraír oxigênio fora d´água, em focos de resistências ocasionais, formados por grupos familiares, que se reúnem em datas tradicionais, para revivem seus aís e com lágrimas cantarem antigas canções a declarar amor eterno a cantarem a eterna valsa Correntina, que ainda sussita paixões, como se o tempo fosse um instante estático no terreiro de uma casa, os risos e lembranças do passado se extravasam...
Ir. Zélia Brandão Raimunda Raposa Profa. Anísia Moreira
Nossas figuras representativas estão partindo para verdadeira eternidade e se foram esquecidas em vida, que diremos após sua morte? Quantos ainda nos restam? Quantas paginas ainda compõe esta história? Quantos sobrevivem ao esquecimento, a ingratidão das gerações mal educadas, por não ter-lhes sido ensinado o valor às tradições, o valor e à importância dos anciões numa sociedade organizada e culta!
Nossos heróis estão morrendo, sem que as pessoas notem a importância de seus feitos, em sua própria história. Se as revoluções do conhecimento e da tecnologia facilitaram, como ferramenta indispensável no desenvolvimento humano, muito por certo não estão sabendo como fazer uso de tanta informação, conhecimento e tecnologia; se acomodam dentro de suas casas e tornam escravos do botão. Basta um power e o mundo se acende diante de nossos olhos e basta um OFF, com a mesma facilidade que se acendeu, apaga-se. Que mundo está assistindo nossos anciões? Por detrás das janelas, entre-abertas eles espiam apavorados com a violência, com as drogras e a corrupção que degeneram a índole, a moral, a alma a vida das pessoas! Que mundo vivem esses jovens e homens públicos, certamente si perguntam e uma dor silenciosa corta-lhes o peito.
São tantas as contradições hoje vividas pela sociedade, que não em muitas das vezes não se sabe distinguir o sagrado e o profano. As escolas ficaram apáticas, antes os professores dominavam, instruíram, batiam se preciso; hoje são dominados, calados e até apanham se tentam ser contrários aos novos tempos. As autoridades que usam os palanques com discursos vazios de idealismo o que mata o porvir, na porta da escola, nos corredores dos hospitais, nas filas do INSS e nos descasos da Segurança Pública. Renova-se as cortes mas nunca muda-se as práticas.
A morte da Professora Mãe-Zinha e sela em mim um marco da indiferença de um povo, para com sua própria história. O texto que eu publiquei na intenet em sua memória, não teve grande numero de acesso, mas teve a participações e comentários importantes internautas, conterrâneos, que comungam comigo dos mesmos pensamentos. Correntinenses e Santamarienses Brasil afora, que se comoveram com a partida de uma grande educadora; entretanto foi na crítica do Biólogo Dr. Weden di Sordi que senti a revolta, pela forma quase imperceptível por parte dos estudantes, autoridades, comerciantes, como se em Correntina tivesse morrido uma pessoa comum; comum pelo aspecto humano, mas uma pessoa nobre, pelos serviços prestados a esta população, por mais de quatro décadas. Já não nos bastou a dor da partida desta inquestionável educadora, soma-se ao fato a dor da indiferença, como tem atualmente sido, com os heróis de nossa terra, que morrem como pessoas que serão enterradas em valas comuns. Sei comentário assim se disse: Mano, Parabéns mais uma vez, pela homenagem dedicada à D. Zinha; que bom que existem pessoas que sabem ser solidárias na alegria e na tristeza. A oportuna homena-gem prestada à família de D. Zinha faz-me lembrar do quanto nossa comunidade se esquece de valorizar aqueles que construíram nossa história. D. Zinha recebeu as homenagens de seus familiares e amigos, mas merecia muito mais; merecia que fosse decretado luto oficial; merecia que as escolas municipais e estaduais se fizessem presente em seu cortejo fúnebre; merecia que os comerciantes tivessem bom senso e fechassem as portas dos seus comércios, enquanto o cortejo fúnebre passava.Talvez não seja questão de bom senso e sim de bons modos, educação e solidariedade a vida de alguém que foi tão importante na educação deste povo; ainda vivemos em uma cidade do interior, ainda conhecemos todas as pessoas daqui e, por este motivo, a nossa comunidade deveria observar, doravante, estes bons hábitos."
Obrigado povo santamariense por nos presentearem com uma de suas raras pérolas, Maria da Cruz Rocha, Dona Zinha; meus pêsames, correntinenses, pela oportunidade perdido, de prestarem justas homenagens aquele que vai continuar sendo um referencial na educação de um povo e parabéns aqueles que tiveram a oportunidade de viver a essência deste áureo momento.
Por estas e muitas outras razões eu me curvo diante do cidadão, correntinense por adoção, agradecido por sua dedicação ao povo que ele, espontaneamente escolhera, para ser seu povo e que através de seu blog (http://gecareis.blogspot.com) não só nos tem mantido informado quanto aos fatos de cada dia do que por lá acontece, mas também não tem medido esforços para socorrer aqueles que busca sua ajuda financeira para divulgar o pouco que ainda resta de nossa história; graças a ele e outros, como Jaime Ferreira, Antonio Magalhães, Lilo Alves; temos mantido o site Recanto das Letras/Flamarion Costa e suas contribuições ajudaram na ampliação de nosso acerto fotográfico que atingiu 60 mil fotografias.
Acorda Correntina; nunca existirá futuro se antes não tivermos um passado... um presente e as personalidades que sabiamente fizeram e fazem, parte dele.
Homenagem in-memoria a Dona Zinha
http://www.recantodasletras.com.br/homenagens/2624636
Resumos biográficos de personalidades correntinenses
http://www.recantodasletras.com.br/autor_textos.php?id=57257&categoria=Q