O AMOR INVADE E FIM.
 
Acho que o amor é o que move o mundo. Não é o dinheiro, nem a perversa lógica de que a se gente pode ser feliz numa BMW, será melhor do que num fusca. O amor é uma grande contradição, principalmente no mundo moderno em que sentimento se confunde com produto de consumo. O valor do amor não está nos almanaques de psicologia social aplicada, tampouco nos casos vividos e vivenciados por personagens da história. Romeu e Julieta até são bonitos no contexto que se apresentam. Abelardo e Heloisa, do mesmo modo são belos naquilo que a beleza do amor deles se pode mostrar.
Talvez o grande diferencial do amor enquanto sentimento sejam suas características singulares para coisas tão plurais. Juntar indivíduos num mesmo patamar de vida e de ilusão não é tarefa fácil. Nem fácil pra se compreender, muito mais difícil pra se praticar. Sinto-me atrevido neste investir literário, mesmo sabendo que posso me contraditar no que quero dizer e me afirmar naquilo que deixo de expressar. O amor nasceu pra ser sentido. Feito o perfume das flores que não nasceu pra ser engarrafado e vendido em frascos como se faz. Não que não nos remetam aos aromas originais, mais o original mesmo, só aquele que a gente encosta a o nariz e sente. Assim é o perfume do amor. Livros são escrito a mil. Talvez se colocássemos as publicações todas acerca dele, déssemos uma volta na terra. Muita tinta e muito papel já foi gasto, embora não seja vão. O que se escreve acerca do amor nos leva às ilusões dele pela sua própria natureza. Qualquer dúvida, a gente ficará com ela, pois o amor só é grande pela sua falta de regras e pela forma única com que cada pessoa se mostra no processo de amorização. E pela forma singular, no refazer-se de si mesmo, o amor surge do nada e, novamente, recomeça como se novo fosse. Porque sendo atemporal, o menos importante é o minuto, a hora, o dia, o ano, o século que possa durar. O amor na sua transcendência parece a isto se permitir, se fazer, se refazer 70x7 como o perdão que Cristo recomenda no total de vezes.
Uma roupa quando não serve pra uma pessoa, serve pra outra. Com o amor, não. Não há fórmula que se adéque, posto que cada história é única, da mesma forma das expressões digitais. Por ser de Deus o amor teria que ser atemporal, amoral, onisciente e onipresente como parece ser. Contudo, a grande contradição do amor – esta a gente poder dizer com certeza: é que ele não tem lógica formal com base nas nossas. Contraria idade, sexo, sexualidade, religião, tudo. Quem duvidar que se cuide, pois será melhor não pagar pra ver, porque certamente pagará sem ver e verá sem pagar. A melhor definição de amor é a de Djavan: “invade e fim”...
 
O MUNDO AZUL DE QUEM AMA
O MUNDO CINZA DE QUEM SE EXIME
O MUNDO ROSA DE QUEM SE REDIME
O MUNDO COR
O MUNDO CORPO
O MUNDO MORTO DE QUEM NÃO AMA: O MAR
AMAR-HÁ MAR-HÁ MARES NUNCA NAVEGADOS
                                  A MARES NUNCA .....................