A rua dos loucos
Dez anos atrás ao caminhar por estas ruas, havia flores e meninos brincavam na calçada, o perfume de amaciante de roupas era suave e acolhedor.
1. O contemporâneo e os desviantes: uma visita ao inferno.
Corpos deformados, mentes adoecidas. O que justifica a estética distorcida?
A palavra usada contra suas próprias vontades parece impor os limites da vaidade pessoal, no qual se apropriam da lógica midiática para manipular mentes inférteis.
Que gosto tem vossa crueldade?
A natureza exala tantos perfumes, flor em flor, a beleza está justamente, pois na originalidade de seus pigmentos, de suas tonalidades. Hoje percebemos uma falsa aquisição de aparência, isto é, querem pintar a bandeira do Brasil com cores gritantes e palavras hostis.
Na própria descoberta criativa da natureza individual, nasce o desejo pelo belo, e este é conduzido por um discurso, característico da modernidade; eles querem ver o que você tem a oferecer não é mesmo? E assim, criam, recriam pensamentos forjados, numa espécie de cadeia alimentar em que, as ruínas sociais não suportam o peso de suas instituições.
2. O discurso aparente nem sempre é a felicidade de amanhã.
Cuidado com o coitadinho. Sim. A psicanálise reconhece isso há anos. Se o discurso é de pessoa que transmite a idéia de ser injustiçada, pode ela não saber, mas no fundo, seu desejo é de comandar, de fazer dos outros, seus criados. Nem sempre é assim, mas o tempo tem mostrado essa variável na análise do discurso.
3. A rua dos espinhos.
A rua dos meninos brincando nas calçadas e do cheiro de amaciante nas roupas estendidas nos varais ficaram guardados na memória, não existe mais, e os utilizei nesse momento para contrastar com a natureza dos corpos humanos, que hoje parece reprimir a verdade dos sentidos, pela falsa beleza. Sei que espinhos existem, mas também há o conhecimento para saber como suportá-los. E certa vez me disse o poeta que “somente o amor para ensinar-lhe o caminho”.