Herói de papel

“Nenhuma emoção mais do que uma onda... Consegue manter sua forma individual por muito tempo” (Henry Ward Beecher)

Ame o próximo como a ti mesmo, pois a vida esta acima de tudo que podemos imaginar.

“Felicidade; Quando criança conhecia o segredo de uma vida feliz. Obedecer às regras, estudar bastante e, se você estudar bastante, então, sua recompensa é estudar mais ainda. E depois de estudar tanto, você recebe o melhor que a vida tem a oferecer: Um emprego, dinheiro e um futuro... Preenchido de uma busca incessante pela felicidade. E era isso que eu estava vivendo uma vida feliz.”

Nem sempre agir com violência é sinal de justiça, e você nunca mata necessariamente por um motivo ou razão, muitos crêem nisso como ato de heroísmo, mas para mim, quem mata por um motivo qualquer não é herói, e é exatamente isso que eu não sou, um herói!

O meu nome, vocês demorarão um pouco para esquecer. Pago por todos os meus pecados, e a minha sentença talvez seja a morte, entretanto, diante de meus princípios nem mesmo a morte poderá apagar de minha alma o que sinto perante meu terrível engano.

Meu nome é Joe Carter tenho 25 anos, sou formado em ciências contábeis e trabalhava em uma das mais conhecidas empresas de seguros do norte da Califórnia, essa é a parte boa da minha vida, nesse momento estou vivendo um inferno de agonias, sem saber de verdade qual será meu destino, mas não me restam muitas esperanças.

Diante desse corredor da morte tento, ver o que posso aprender de tudo isso contando minha história.

Me casei a menos de três meses, com Jennifer, acabamos de comprar o nossa casa no subúrbio da cidade e nem tivemos tempo para uma lua de mel, e muito menos para curtir o inicio da nossa vida de casados. Tinha uma vida estável como havia sonhado, mas tudo isso mudou numa quinta-feira de novembro.

Morava num bairro de classe média, onde a violência como em todos os “cantos do mundo” só aumentava. Me preocupava muito, então decidi comprar uma arma. Pela manhã fui trabalhar, parecia que aquele dia seria como todos os outros, triste ilusão mal sabia o que me esperava no fim daquela tarde.

Já era noite, ao chegar em minha casa estranhei por ver apenas a luz da cozinha acesa, e ouvindo murmúrios acompanhados de um resmungo achavascado, entrei minuciosamente pela janela. Já desconfiado e encorajado por ter uma arma semi-automática, fui cuidadosamente até a cozinha.

Insensato. Senti naquele momento o tempo congelar, dois homens de pé na minha cozinha, e ao ver o corpo de minha mulher ao chão, meu coração começou a bater aceleradamente mais forte, meu teto parecia desabar sobre minha cabeça, e sem pensar duas vezes atirei no primeiro e pintei a parede de minha casa com o sangue dele. O segundo se assustou e fugiu, mesmo assim eu o persegui, entre becos e lixos da vizinhança consegui alcançá-lo e então descarreguei minha arma nele também, até com mais brutalidade do que no outro.

A polícia chegou e me encheu de perguntas, aleguei legítima defesa, mesmo assim não entediam nada, e só depois de estar preso vim saber, a verdadeira realidade dos fatos.

Minha esposa sofria de diabetes, e por não ter tomado a insulina, justamente naquele dia tivera uma crise na porta de casa, quando dois estudantes universitários (Arthur, morto) (Frank, em coma) passaram, e tentando ajudá-la eles a levaram até a cozinha onde a luz era mais acessível. Chamaram a emergência.

Foi então, que o herói aqui entrou em cena!

Estranho?

Pode ser mais me considero ousado diante disso tudo.

Sei que cometi um erro irreversível, mais sou humano o bastante para saber assumir o que fiz de errado. Explicar-me?

Tentei me explicar, mas fui condenado à morte. Por mais que você se sinta poderoso com uma arma na mão, você nunca será um herói, porque heróis não usam armas “Supermens” não usam armas. Eles não matam.

O que eu aprendi com isso?

Ame o próximo como a ti mesmo.

Aprendi que devo pensar antes de agir, que devemos viver para os que nos amam e não matar para destruí-los. Aprendi da forma mais desumana e cruel, sem dó e nem piedade. Mas ao mesmo tempo vejo que não aprendi nada, porque sempre acreditei que devemos aprender algo para utilizarmos em nossa vida virtuosamente da melhor forma possível, nos sentindo um pouco útil, e ironicamente útil, é a ultima coisa que posso ser nesse momento.

“Carta de Joe Carter retratando seu raro caso antes de ser morto na cadeira elétrica”

Thyego Douglas
Enviado por Thyego Douglas em 26/11/2010
Código do texto: T2637381
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